quarta-feira, 26 de julho de 2017

PF prende auditor da Receita e empresário na Zelotes


Os dois se tornaram réus nesta segunda-feira, quando a Justiça Federal de Brasília aceitou denúncia do Ministério Público

Operação Zelotes, da Polícia Federal investiga um dos maiores esquemas de sonegação fiscal já descobertos (Ivan Pacheco/VEJA)


A Polícia Federal prendeu duas pessoas na manhã desta quarta-feira em um desdobramento da Operação Zelotes, que investiga um esquema de corrupção envolvendo julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). O órgão julga recursos contra multas aplicadas pela Receita Federal.Foram presos o auditor da Receita Eduardo Leite e Mario Pagnozzi, segundo o “Bom Dia Brasil”, da TV Globo. Leite, chefe da delegacia da Receita em São Paulo, é investigado em três processos. Pagnozzi é investigado por ser o operador da distribuição de propina para os envolvidos no esquema de corrupção.




Os dois se tornaram réus nesta segunda-feira, quando a Justiça Federal de Brasília aceitou denúncia do Ministério Público. Além de Leite e Pagnozzi, outras nove pessoas se tornaram rés investigadas pela Operação Zelotes.

Segundo o Ministério Público Federal, os denunciados atuavam para assegurar julgamentos e pareceres administrativos favoráveis ao Bank Boston, atualmente Itaú-Unibanco.

As investigações mostraram que dois grupos participavam do esquema: um em São Paulo e outro em Brasília. O núcleo de São Paulo era comandado por Leite. O principal nome do núcleo de Brasília é José Ricardo da Silva que ocupava o cargo de conselheiro do Carf.

De acordo com as investigações, o BankBoston pagou 44,9 milhões de reais ao longo de sete anos para o escritório de Pagnozzi, contratado para fazer a defesa administrativa do banco no Carf. A movimentação financeira registrada na conta pessoal de Pagnozzi saltou de 2,3 milhões de reais em 2006 para 96,9 milhões de reais em 2013

A lista de denunciados inclui o então diretor jurídico da empresa, Walcris Rosito, mas não tem representantes do Banco Itaú, que adquiriu a instituição financeira durante o período de tramitação dos recursos no tribunal administrativo.

Os réus responderão por corrupção, gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, apropriação de dinheiro de instituição financeira e organização criminosa.

Procurado pela reportagem de VEJA, o Itaú disse que não é parte da ação, e que a transação não envolveu esse tipo de processo. “O Itaú reafirma que, em 2006, adquiriu as operações do BankBoston no Brasil, sendo que o contrato de aquisição não abrangeu a transferência dos processos tributários do BankBoston, que continuaram sob inteira responsabilidade do vendedor, o Bank of America. O Itaú não tem e não teve qualquer ingerência na condução de tais processos nem tampouco qualquer benefício das respectivas decisões”, diz trecho do comunicado.

Por Da redação

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