Todo o trabalho é realizado nas Unidades Básicas de Saúde, uma vez ao mês.
por EDMÉA UBIRAJARA
Criado em 2016, o Grupo Técnico de Microcefalia de Garanhuns atua de maneira multiprofissional no município. O acompanhamento médico é regulado pelo Governo do Estado, porém é necessário que o Governo Municipal também fique responsável. Dessa forma, a Secretaria de Saúde disponibiliza profissionais ligados à Atenção Básica para o monitoramento de 58 casos em Garanhuns atualmente. Também existe um profissional dedicado somente aos casos de microcefalia derivados do vírus Zika.
Nas reuniões, que acontecem quinzenalmente, o grupo procura avaliar os casos notificados até o encerramento de cada um, analisando e criando medidas de melhorias, a fim de prevenir outros registros. Compõem o grupo, os setores da Atenção Básica, Vigilância Epidemiológica e Regulação, da Secretaria de Saúde; Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos; o Canto Mãe Coruja, do Governo Estadual de Pernambuco; representantes do INSS e convidados. Os profissionais discutem a respeito dos casos notificados e suspeitos de microcefalia e gestantes com exantemas (erupções cutâneas vermelhas que surgem no corpo, causadas por infecções ou efeito colateral de medicamentos) no município.
De acordo com a coordenadora de Atenção Básica, Juliana Benjoíno, 56 dos casos identificados em Garanhuns foram descartados, mas continuam sendo monitorados até os cinco anos de idade. “Acompanhamos esses casos porque, em Pernambuco, 12 crianças, antes descartadas no diagnóstico oficial, apresentaram lesões neurológicas. Por isso é necessário um acompanhamento maior”, explica a coordenadora. Outros dois casos confirmados de microcefalia terão acompanhamento durante toda a vida dessas crianças. Os portadores da microcefalia pelo vírus da Zika também possuem passe livre nos ônibus interurbanos e recebem auxílio financeiro por parte do INSS.
O atendimento realizado pelo profissional de Enfermagem, chamado de Puericultura, engloba a consulta, o monitoramento do peso e da altura da criança, além da medição do perímetro torácico e cefálico, manutenção das vacinas em dia e avaliação nutricional. Todo o trabalho é realizado nas Unidades Básicas de Saúde, uma vez ao mês, com profissionais de Neuropediatria, Fisioterapia, Psicologia e realização de todos os exames solicitados. “Todo o acompanhamento é enviado pelo setor de Epidemiologia para 5ª Gerência Regional de Saúde. Assim garantimos o direito que eles já conquistaram e podemos identificar mais precisamente as necessidades de cada um”, afirma Juliana.
Para Maria Madalena da Silva, 22 anos, e Jadson Ferreira, de 26 anos de idade, pais de Rosa Maria, 1 ano e 4 meses, diagnosticada com microcefalia, o apoio local para a manutenção da saúde da criança tem sido um grande diferencial. “A prefeitura nos dá um grande apoio. A gente sempre vai na UBS para marcar as consultas e quando a gente não pode, vem uma assistente social aqui em casa para nos auxiliar a marcar. Ela também disponibiliza Passe Livre, pra gente poder ir para a consulta. Nessa questão, esse acompanhamento é muito importante”, explica Jadson.
Foto bebê: Divulgação
Foto casal: Daniela Batista/Secom PMG