segunda-feira, 23 de abril de 2018

GARANHUNS PRECISA DE REPRESENTAÇÃO POPULAR


Por Paulo Camelo *

Sempre  que discutimos a falta de representatividade   no Poder  Legislativo, Estadual e Federal, batemos sempre na mesma tecla: “vamos votar  em políticos de Garanhuns”.

Devido a nossa carência de “espírito de luta, de cultura, de finanças, de auto-estima  e de ideologia”, comumente nos damos como satisfeitos  ao “privilegiarmos”  o mínimo, o qual consiste  na possibilidade de elegermos um Deputado Estadual. Por outro lado, eleger um Deputado Federal nem se fala. Há mais de 30 anos  elegemos  os últimos deputados federais Cristina Tavares (in memoriam) e Dr. Tinoco. O ex-deputado federal Fernando Ferro, natural de Bom Conselho, apesar de ter estudado e residido em Garanhuns, ao ir trabalhar e residir  no Recife, não manteve o vínculo com a nossa cidade e  nem com Bom Conselho.   

A pequenez  dita no tema em tela, ao se  contentar com apenas  hum Deputado Estadual,  nos leva ao “Complexo de Peter Pan”.

Para consolidar  o “Complexo de Peter Pan”, eis que surgem uma infinidade de políticos residentes em Garanhuns, nativos ou não, os quais  já indicaram  os seus prediletos, isto é, da “Legião Estrangeira”,   consorciados   com os interesses da burguesia local e/ou estadual.

AGORA VAMOS VOTAR  EM POLÍTICOS  DE “GARANHUNS”.  SERÁ?

Os eleitores  “despolitizados”, a grande maioria  devem  votar naqueles candidatos  que mais se aproximem dos seus ideais conservadores ou progressistas, independente da cidade  onde  aqueles políticos  têm domicílio eleitoral. Uma vez existindo candidatos semelhantes  em sua cidade, preferencialmente  devem votar  naqueles   políticos  do seu convívio social.

Por outro lado, os eleitores  “politizados” devem   votar naqueles candidatos que além de se aproximarem dos seus ideais conservadores ou progressistas, apresentem algumas propostas inerente ao Poder Legislativo (alguns apresentam, indevidamente,  propostas para o Poder Executivo). Esta premissa independe de domicílio eleitoral. Mas, se você tem um  conterrâneo que atende os seus pré-requisitos é preferível  votar  naquele  que poderá  representar   a sua paróquia.

EXEMPLIFICANDO, VOLTEMOS  AS ELEIÇÕES DE 2014:

Em Garanhuns nós tínhamos, naquela época,  três candidatos  a Deputado Estadual, sendo dois de “Direita”, Zaqueu (pelo PTB)  e Sivaldo (pelo  PPS), e um de “Esquerda”: Professor  Jailton (pelo PSOL).

Por outro lado, para Deputado Federal, nós tínhamos dois candidatos, sendo um de “Esquerda”, Paulo Camelo   (na época pelo PSOL) e uma de “Direita”, Claudomira (pelo PRP).

É  público e notório que somente os candidatos de Esquerda, apresentaram propostas convincentes.

Pelo exposto, os nossos  conterrâneos  possuíam, nas Eleições de 2014, várias opções de escolha natural, mas preferiram o caminho  não natural,   priorizando os políticos de outras regiões sem identificação ideológica e  sem  propostas.

O DILEMA DO VOTO:

O voto não tem preço, mas tem que ter  uma certa  afinidade  ideológica. Assim, convém lembrar  que aqueles  cidadãos e cidadãs  que combatem a corrupção devem  ter em mente que a “corrupção é inerente ao sistema econômico capitalista”.

Donde se conclui   que para  combater a corrupção, a impunidade, a Privatização da Eletrobrás e tantas outras mazelas da sociedade burguesa, a Contra Reforma da Previdência Social  e Trabalhista, a entrega   das  nossas riquezas naturais e minerais, a destruição do meio ambiente, etc, é imperioso que se vote  em candidatos  de “Esquerda”  que  apresentem  Propostas Populares e lutem pela construção de um Governo Popular e, consequentemente,  por uma sociedade socialista. 

(*) Paulo Camelo de Holanda Cavalcanti, natural de Garanhuns, Engenheiro Civil e militante do Partidão (PCB)

(**) Peter Pan é um personagem criado por J. M. Barrie para sua notória peça de teatro intitulada Peter and Wendy, que originou um livro para crianças e de várias adaptações destes. O personagem é um pequeno rapaz que se recusa a crescer e que passa a vida a ter aventuras mágicas.

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