A média é de 122 casos por mês, ou quatro por dia; em 2016, houve 1.424 registros no órgão: mais de 118 ocorrências mensais e quase quatro por dia
O Jetta conduzia por Eraldo José Cavalcante Pereira e o Cruze de Fabiana Albuquerque Oliveira estão entre os veículos suspeitos de pega na L4 Sul
As manobras perigosas e as corridas ilegais de rua revelam que a postura destemida de alguns condutores faz parte do trânsito brasiliense. Apenas de janeiro a abril deste ano, o Departamento de Trânsito (Detran) emitiu 489 infrações por disputa, competição ou exibição em vias públicas da capital federal. A média é de 122 casos por mês — ou quatro por dia. Em 2016, houve 1.424 registros no órgão: mais de 118 ocorrências mensais e quase quatro por dia. O número pode aumentar se a Polícia Civil comprovar que o acidente que matou mãe e filho foi resultado de um racha entre três carros na noite de domingo.
O diretor do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Henrique Luduvice, garantiu que agentes monitoram e desarticulam eventuais disputas de rachas marcadas em redes sociais “Quando recebemos essas informações com antecedência, comparecemos ao local e acabamos com qualquer tipo de prática. Porém, aquelas iniciativas acertadas no momento são mais difíceis de sofrerem intervenção”, explicou. Luduvice esclareceu que os radares eletrônicos detectam excesso de velocidade, assim como agentes de trânsito e policiais militares. “Neste Maio Amarelo, intensificaremos ainda mais o processo de conscientização dos preceitos da importância da paz e da cidadania no trânsito da capital”, concluiu Luduvice.
O governador Rodrigo Rollemberg prestou solidariedade às famílias das vítimas dos acidentes que ocorreram no fim de semana. “Nós determinamos ao Detran que possa intensificar a fiscalização das blitzes, especialmente nos fins de semana, buscando combater cada vez mais o uso dessa conjugação do uso do álcool com direção”, disse. Segundo o GDF, abril ficou marcado por 14 acidentes fatais. “É muita coisa. São mortes que poderiam ter sido evitadas, que aconteceram em função da irresponsabilidade de alguns. Então, proclamo a sociedade de Brasília para se unir, assumindo as nossas responsabilidades”, afirmou Rollemberg.
O diretor do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Henrique Luduvice, garantiu que agentes monitoram e desarticulam eventuais disputas de rachas marcadas em redes sociais “Quando recebemos essas informações com antecedência, comparecemos ao local e acabamos com qualquer tipo de prática. Porém, aquelas iniciativas acertadas no momento são mais difíceis de sofrerem intervenção”, explicou. Luduvice esclareceu que os radares eletrônicos detectam excesso de velocidade, assim como agentes de trânsito e policiais militares. “Neste Maio Amarelo, intensificaremos ainda mais o processo de conscientização dos preceitos da importância da paz e da cidadania no trânsito da capital”, concluiu Luduvice.
O governador Rodrigo Rollemberg prestou solidariedade às famílias das vítimas dos acidentes que ocorreram no fim de semana. “Nós determinamos ao Detran que possa intensificar a fiscalização das blitzes, especialmente nos fins de semana, buscando combater cada vez mais o uso dessa conjugação do uso do álcool com direção”, disse. Segundo o GDF, abril ficou marcado por 14 acidentes fatais. “É muita coisa. São mortes que poderiam ter sido evitadas, que aconteceram em função da irresponsabilidade de alguns. Então, proclamo a sociedade de Brasília para se unir, assumindo as nossas responsabilidades”, afirmou Rollemberg.
Responsabilidade
Entre os carros envolvidos no acidente da L4 Sul que matou mãe e filho no domingo está o Cruze prata conduzido por Fabiana Albuquerque Oliveira, 37. Uma amiga que estava com ela no carro contou que só percebeu a batida quando o veículo delas também acabou atingido pelo Jetta guiado por Eraldo José Cavalcante Pereira, 34. O terceiro suspeito é o bombeiro Noé Albuquerque Oliveira, 42, que dirigia uma Range Rover Evoque. Ele e Fabiana são irmãos, e Eraldo é cunhado deles.
A amiga de Fabiana afirmou ao Correio que ninguém seguia em alta velocidade. “Com certeza, o que aconteceu foi um acidente, após (Eraldo) perder o controle do veículo. Todos estão abalados e tristes. O que não está correto é julgar o que não aconteceu. Não houve racha. Essa não foi a conduta de nenhum de nós.”
Em nota, o Corpo de Bombeiros informou que instaurou um procedimento interno para apurar a responsabilidade do envolvimento de Noé. “Caso seja confirmada a participação, o militar será responsabilizado de acordo com as leis vigentes, podendo sofrer sanções disciplinares e administrativas.”
Entre os carros envolvidos no acidente da L4 Sul que matou mãe e filho no domingo está o Cruze prata conduzido por Fabiana Albuquerque Oliveira, 37. Uma amiga que estava com ela no carro contou que só percebeu a batida quando o veículo delas também acabou atingido pelo Jetta guiado por Eraldo José Cavalcante Pereira, 34. O terceiro suspeito é o bombeiro Noé Albuquerque Oliveira, 42, que dirigia uma Range Rover Evoque. Ele e Fabiana são irmãos, e Eraldo é cunhado deles.
A amiga de Fabiana afirmou ao Correio que ninguém seguia em alta velocidade. “Com certeza, o que aconteceu foi um acidente, após (Eraldo) perder o controle do veículo. Todos estão abalados e tristes. O que não está correto é julgar o que não aconteceu. Não houve racha. Essa não foi a conduta de nenhum de nós.”
Em nota, o Corpo de Bombeiros informou que instaurou um procedimento interno para apurar a responsabilidade do envolvimento de Noé. “Caso seja confirmada a participação, o militar será responsabilizado de acordo com as leis vigentes, podendo sofrer sanções disciplinares e administrativas.”
Palavra de especialista
“Quem faz racha é homicida latente”
“O racha consiste em uma emulação de competição. Trata-se de apostar corrida em espaço público. Essa competição pode ser combinada entre os concorrentes ou não e tem como principal problema a questão da velocidade. Quem faz racha é um homicida latente. Primeiramente, porque está contra a lei. Em segundo, porque ele pode morrer e matar. Tal tipo de condutor precisa ter a CNH cassada e ser retirado de circulação. O motorista brasileiro é muito pior do que os piores motoristas do mundo. Têm de ser punidos. Ao se cassar a CNH, serve de exemplo. Os órgãos de trânsito precisam ser mais rígidos”
David Duarte, presidente do Instituto de Segurança no Trânsito
“O racha consiste em uma emulação de competição. Trata-se de apostar corrida em espaço público. Essa competição pode ser combinada entre os concorrentes ou não e tem como principal problema a questão da velocidade. Quem faz racha é um homicida latente. Primeiramente, porque está contra a lei. Em segundo, porque ele pode morrer e matar. Tal tipo de condutor precisa ter a CNH cassada e ser retirado de circulação. O motorista brasileiro é muito pior do que os piores motoristas do mundo. Têm de ser punidos. Ao se cassar a CNH, serve de exemplo. Os órgãos de trânsito precisam ser mais rígidos”
David Duarte, presidente do Instituto de Segurança no Trânsito
Para saber mais
Álcool compromete tempos de reflexo
O psiquiatra Raphael Boechat Barros, professor e especialista da UnB, detalhou os efeitos das bebidas alcoólicas no corpo humano e as limitações que a bebida traz a qualquer motorista. Segundo ele, há dois grandes problemas na ingestão de bebida aliada à condução de veículos. “Quando a pessoa bebe, ela se sente invulnerável, perde o medo”, disse. “Ao dirigir nessas condições, ela perde o medo de sofrer o acidente.” Barros argumenta, ainda, que o álcool subtrai alguns dos sentidos do condutor. “As alterações senso-perceptórias comprometem a localização espacial e os tempos de reflexo. Testes comprovam que o motorista demora mais a frear, quando sob o efeito de álcool”, afirmou.
» Colaborou Deborah Fortuna (Especial para o Correio)
Isa Stacciarini , Júlia Campos - Especial para o Correio , Lucas Fadul - Especial para o Correio /Revista
O psiquiatra Raphael Boechat Barros, professor e especialista da UnB, detalhou os efeitos das bebidas alcoólicas no corpo humano e as limitações que a bebida traz a qualquer motorista. Segundo ele, há dois grandes problemas na ingestão de bebida aliada à condução de veículos. “Quando a pessoa bebe, ela se sente invulnerável, perde o medo”, disse. “Ao dirigir nessas condições, ela perde o medo de sofrer o acidente.” Barros argumenta, ainda, que o álcool subtrai alguns dos sentidos do condutor. “As alterações senso-perceptórias comprometem a localização espacial e os tempos de reflexo. Testes comprovam que o motorista demora mais a frear, quando sob o efeito de álcool”, afirmou.
» Colaborou Deborah Fortuna (Especial para o Correio)
Isa Stacciarini , Júlia Campos - Especial para o Correio , Lucas Fadul - Especial para o Correio /Revista
Nenhum comentário:
Postar um comentário