Secretário Francisco Bandeira de Mello,
governador Marco Maciel
e o prefeito Ivo Amaral, início da década de 80, durante a assinatura do convenio PMG/Gov. Estado |
por
Francisco Bandeira de Mello
Em pleno Agreste Pernambucano,
Garanhuns não é só seu tempo de montanha, de verdes paisagens (num mundo cada
vez mais árido), tempo e névoa, tempo frio e de flores, de inumeráveis
mirantes, roupas de lã, seus relógios e queijos (suiçamente); ou seus velhos
engenhos e fazendas de café, seu ar puro, água mineral, seu folclore e
artesanato, o Magano, o Pau Pombo, o Timbó, seu Centro de Cultura ou, ali
perto, Santa Quitéria de Frexeiras, com seus ex-votos e suas romarias. Mais do
que tudo isso, Garanhuns nos ensina a transformação paulatina e persistente,
desse acervo potencial de atrações, em produto turístico acabado, acondicionado,
posto na prateleira do mercado turístico regional. Já pelo seu admirável parque
hoteleiro, ano a ano se equipando e se equiparando, no gênero, aos melhores do
país; já pelas magníficas estradas que o ligam (em bonitas paisagens) à BR 232
e BR434. Além do apoio às rotas de Paulo Afonso e o Sertão Pernambucano, em
Garanhuns se pratica o marketing do turismo familiar, do turismo de férias ou
fins de semana, dos pequenos congressos e convenções, bem como do turismo
social na colônia do SESC.
Na
verdade, Garanhuns se apresenta como um dos modelos exemplares do que devemos
fazer para dinamizar o turismo integracional do Nordeste; o que só poderá ser
feito mediante o equipamento das rotas de penetração por onde se escoem e
apoiem as grandes levas do turismo de repouso ou do turismo itinerante.
Ressalte-se a importância disso tudo, quando se sabe que Pernambuco vem
exercitando, através dos séculos, a vocação de Estado prestador de serviços
econômicos, culturais e (agora) turísticos; quando se sabe que Pernambuco se
situa no coração do Nordeste e que, por isso vimos ganhado para qualquer outro
Estado como principal polo receptor dos fluxos turísticos intra-regionais
(Repito: Pernambuco é o Estado da Região que atrai o maior percentual de fluxos
turísticos que se geram de dentro para dentro do Nordeste e isso é um dado que
deve se levar sempre em vista, claro, nos nossos manuais de atuação). Nesse
contexto, reitero, Garanhuns é um polo de grande apelo para a interiorização
do turismo regional, pois, a par do seu pioneirismo, se afigura, talvez, como a
mais completa e sofisticada estação de férias do interior de todo o Nordeste,
mercês dos constantes melhoramentos que se vem acrescentando ao seu parque
hoteleiro, um dos orgulhos do turismo pernambucano e boa surpresa, sempre, para
todos os que nos visitam; mercê também do apoio que, do mesmo sentido, vem
recebendo dos Governos Estadual e Municipal.
No Governo
Marco Maciel, através, da Secretaria de Turismo, pudemos lançar "Férias
& Flores" guias e cartazes turísticos de Garanhuns, guias que escrevi
pessoalmente, cartazes quase que também tratados e criados por mim, tanto
Garanhuns me toca com a alegria de seus pássaros, com a alegria de suas flores,
com a alegria de suas cores e (como se diz) com a hospitalidade de sua gente.
Todos nós
somos feitos de grandes ou pequenas frustrações, de grandes ou pequenos sonhos.
Um dos sonhos que trouxe dos anos que vivi em Genebra, na Suiça, foi a
implantação de um relógio de flores, justamente na cidade de Garanhuns, também
chamada "A Suiça Pernambucana". Em Genebra, pude ver como um relógio
desses marcava a própria cidade, sendo ponto de parada obrigatório para fotos e
slides na rotina sempre feliz de todos os turistas.
Fotos
e slides, esses, que certamente iriam passar de mão em mão (ou de olho em olho)
nos registros fraternos ou familiares na volta ritual de todas as viagens. Um
marco simples, portanto, mais de forte registro para os habitantes e visitantes
de Genebra; mas de grande efeito multiplicador na divulgação daquela cidade
Suiça. E era isso que desejávamos para Garanhuns. Pois bem. Foi um sonho
que se realizou no Governo Marco Maciel, graças à compreensão do prefeito Ivo
Tinô do Amaral que, em convênio com a Empetur, completou as verbas e pôs a
prefeitura à frente da iniciativa. É, creio, um bom exemplo de que, mesmo com
pouco dinheiro, mas com boa vontade, se pode fazer alguma coisa significativa.
Inaugurado na última semana de janeiro de 1981, (26.01.1981), esse relógio
(nesse tipo, o primeiro do Norte-Nordeste) tem a função social de dizer as
horas (suiçamente para o povo Garanhuense; fala também das flores de Garanhuns;
simpática cidade do Agreste de Pernambuco que, assim, acerta os seus
ponteiros em novo lance de pioneirismo regional.
Do Jornal Correio Sete Colinas Abril de 2002
O poeta, escritor e
jornalista Francisco Austerliano Bandeira de Mello, 75 anos, morreu na
madrugada da sexta-feira, 7 de outubro de 2011 no Recife. Bandeirinha,
como era conhecido, participou do projeto do Centro de Convenções de Pernambuco
(Cecon) e foi secretário de turismo, cultura e esportes do Estado. Garanhuns lhe
deve homenagens talvez com um título de cidadão (In Memoriam) com o parecer de
sua viúva e do seu filho como tem o mesmo nome e é desembargador do Tribunal de
Justiça de Pernambuco
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