Por
Humberto Pinho da Silva
Nestes tristes dias de
pandemia, em que os médicos do Serviço de Saúde, lamentam que não se tem o
devido cuidado, protegendo-se e protegendo o semelhante, lembrei-me de antigo
chefe, que tive, quando era menino e moço.
Já não recordo seu nome,
varreu-se completamente da memória. Sei que era homem delicado e que gostava de
falar bonito.
Terminado o turno, costumava
dizer: “ Podem sair!”. Mas com a chegada da liberdade e com ela a
democracia, criou-se a ideia, que o cargo de chefia, perdera autoridade e até
respeito, portanto já não era preciso, o dirigente, autorizar a saída. Cada
qual, terminado o serviço, ou o relógio indicasse a hora, podia abandonar o
local de trabalho, sem se despedir do chefe.
Certa vez, estávamos em plena “
democracia”, o dirigente, verificando que poucos restavam, pois quase todos
haviam saído sorrateiramente, virou-se para os que ficaram e disse: “ Os
bens comportados podem sair…”
Se em ditadura se cumpria, mais
por medo, que respeito, em democracia, implantou-se o caos.
Largas franjas de
trabalhadores, deixaram de cumprir: o regulamento, no trabalho e na via
pública.
O transeunte não atravessava na
passadeira; o automobilista, não respeitava o pião, nem o próprio código de
estradas era cumprido, e muitos guardas pareciam tão receosos, como o célebre
polícia: Jõ Soares…
Razão tinha Jean Jacques
Rousseau ao escrever: a democracia é o melhor regime que se conhece, mas só
viável se os homens fossem deuses.
Apesar das recomendações
sanitárias e do número alarmante de infectados e de mortes, muitos continuam a
deambular sem mascara; a realizar imponentes festas, com elevadas presenças; e
não deixam de viajar, frequentando hotéis, restaurantes e lugares de prazer.
O confinamento é
imprescindível…para os outros (os bem comportados)!
As praias transbordam de
banhistas. Enchem-se as estâncias de férias e centros comerciais; e como
ninguém quer tomar atitudes duras, no receio de perderem o título de democrata,
a pandemia, prolifera pelo mundo.
O aparecimento de vacina não é
bastante, de imediato, para imunizar a totalidade da população.
É imperioso obedecer às
recomendações de virólogos e epidemiólogos e igualmente, que os políticos
pensem: que o primordial não é a economia, mas o bem-estar, a saúde de todos.
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