Por Edmar Lyra
A assinatura da ordem de serviço para o início das obras do Arco Metropolitano, marcada para 12 de dezembro, consolida um dos passos mais importantes do governo Raquel Lyra na área de infraestrutura. Não se trata apenas de um ato administrativo: é um divisor de águas para a Região Metropolitana do Recife (RMR), que há anos convive com gargalos crônicos de mobilidade, crescimento desordenado e promessas repetidas por gestões anteriores que nunca saíram do papel. Com investimento estimado em R$ 632 milhões, o projeto finalmente ganha contornos concretos — e simbólicos.
O Arco Metropolitano terá papel estratégico não só para aliviar o trânsito, mas para redefinir o mapa logístico do Estado. A via conectará a BR-232, em Moreno, à BR-101, no Cabo de Santo Agostinho, criando um corredor alternativo para desviar o fluxo pesado que hoje atravessa áreas urbanas já saturadas. É uma intervenção que dialoga diretamente com o futuro da mobilidade e com a necessidade de integrar, de forma inteligente, as rotas que alimentam o Porto de Suape — ativo essencial para a economia pernambucana.
No curto prazo, a expectativa é de redução significativa nos congestionamentos da RMR, especialmente nos horários de pico da BR-232. No horizonte mais amplo, a obra será catalisadora de desenvolvimento para municípios como Camaragibe, São Lourenço da Mata e Igarassu, criando novas áreas de expansão econômica e valorização imobiliária. O entorno industrial de Suape também tende a se fortalecer, já que o Arco facilitará o escoamento da produção e atrairá novos investimentos privados.
Mas a decisão da governadora não é um ponto isolado. Ela se insere em um planejamento maior, que vem sendo costurado pelo programa PE na Estrada, responsável por recuperar mais de 1.300 quilômetros de rodovias desde 2023, com aportes que já superam R$ 1,7 bilhão. Até 2026, a gestão estadual projeta aplicar R$ 5,1 bilhões na reestruturação da malha viária — uma meta ambiciosa que, ao ritmo apresentado, deixa de ser promessa para virar execução.
O que chama atenção é a mudança de postura do governo. Se nos últimos anos Pernambuco sofreu com obras paradas, contratos travados e falta de previsibilidade, Raquel Lyra tenta redesenhar o padrão de entrega: mais técnica, mais previsibilidade, mais cronograma. O início das obras do Arco Metropolitano, colocado como prioridade desde o começo do mandato, mostra que a governadora busca recuperar a confiança do setor produtivo e devolver ao Estado a capacidade de planejar a longo prazo.
Para além da engenharia, o Arco é também um gesto político. A governadora sinaliza força, articulação e disposição para enfrentar entraves que se arrastaram por gestões anteriores. Em um ambiente de disputa intensa de narrativas, entregar uma obra dessa magnitude — com impacto direto no cotidiano do cidadão e na competitividade do Estado — reforça o discurso de retomada e reorganização administrativa.
Em um momento em que o Nordeste vive uma corrida por infraestrutura, Pernambuco se recoloca no jogo. A assinatura da ordem de serviço envia uma mensagem clara: o Estado deixou para trás a fase de improvisos e voltou a trabalhar com rumo definido. O Arco Metropolitano é a prova mais recente — e mais robusta — de que a governadora Raquel Lyra decidiu acelerar. E, ao que tudo indica, o Estado acompanha o mesmo ritmo.

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