Se o Brasil tivesse um bom sistema tributário, não estaria discutindo tributação como forma de resolver um problema setorial como foi a paralisação dos caminhoneiros. É a avaliação do economista Bernard Appy, diretor do CCiF (Centro de Cidadania Fiscal). O governo cedeu às reivindicações dos motoristas, baixou R$ 0,46 no preço do litro do diesel (abatendo Cide e PIS/Cofins), mas a medida abre brecha para que outros setores comecem a fazer greve pedindo redução de tributos específicos, segundo Appy.
"Duvido que uma crise dessa em outros países seria solucionada assim. As discussões de carga tributária deveriam ser feitas para todo o país, e não para o setor X ou Y", afirma.
Para compensar o corte no preço do combustível, o governo vai elevar a arrecadação de impostos de exportadores, indústria química e de refrigerantes, além de reduzir recursos para programas nas áreas de saúde e educação.
Para Appy, as medidas têm um lado positivo porque, ao adotar reduções de despesas e de subsídios, o governo sinaliza que não vai permitir uma piora das contas públicas. Por outro lado, não é bom para a imagem do país cortar benefícios sem aviso prévio.
"Acho que deveria eliminar esse monte de benefício fiscal que temos no país. Mas deveria eliminar com transição e previsibilidade", defende.
Notícias ao Minuto
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