Presidente do Banco Central afirma que valorização da moeda, ao contrário do que ocorria no passado, não está ligada a piora da economia brasileira. Segundo ele, demanda pela divisa aumentou porque empresas buscam quitar dívidas no exterior
Por:Marina Barbosa
“Países em que o Banco Central é mais independente tendem a ter inflação menor e mais contínua, com menos volatilidade, o que permite mais planejamento e investimento”, afirmou Campos Neto, dizendo que as chances de continuar com a inflação baixa aumentariam em 50% caso o projeto seja aprovado pelo Congresso. “Facilita a obtenção de inflação baixa, menores juros estruturais, menores riscos e maior estabilidade monetária e financeira”, afirmou, na apresentação que fez aos deputados.
Campos Neto ainda sugeriu que a autonomia pode facilitar a entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), visto que hoje o país é cobrado por ser o único integrante do G20 a não ter um banco central autônomo. Ele explicou que o projeto é aguardado pelos investidores externos.
Contudo, ainda há incerteza sobre qual projeto de autonomia do Banco Central será priorizado pelo Congresso. A proposta que está na Câmara foi apresentada pelo governo no ano passado. Nesta terça-feira (18/2), a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprovou outro projeto, com o mesmo objetivo. O texto, além de prever a autonomia, estabelece que o BC deve cuidar não apenas do controle da inflação, mas também do crescimento econômico. A expectativa dos senadores é que esse texto também seja votado em plenário após o carnaval. Campos Neto não comentou as diferenças entre os projetos.
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