Por Edmar Lyra
A sucessão no comando do MDB de Pernambuco foi oficialmente deflagrada. O deputado estadual Jarbas Filho (MDB) confirmou, por meio de nota, que será candidato à presidência estadual do partido. A disputa será travada com Raul Henry, atual dirigente da sigla e ex-vice-governador de Paulo Câmara entre 2015 e 2018. O embate marca um novo capítulo na história da legenda no estado e pode representar uma mudança de rumo.
Filho do ex-governador e senador Jarbas Vasconcelos, um dos fundadores do MDB no Brasil, Jarbas Filho se apresenta como o herdeiro de um legado político construído com base na integridade e no compromisso público. Em sua nota, afirma que sua candidatura nasce com “responsabilidade e espírito coletivo”, motivada pela vontade de reconstruir e fortalecer o partido. Ele diz contar com o apoio da maioria dos prefeitos emedebistas e lideranças espalhadas por todas as regiões de Pernambuco.
O deputado critica abertamente a condução atual do partido, afirmando que o MDB perdeu relevância nos últimos anos, tornando-se “instrumento de interesses particulares” e dependente de outras legendas para sobreviver politicamente. Para ele, essa não é a vocação do partido fundado para ser protagonista da democracia brasileira. Seu projeto é de renovação: diálogo, inclusão e presença efetiva na vida dos pernambucanos.
Raul Henry, por sua vez, comanda o MDB estadual há mais de uma década. Sua gestão, embora consolidada, vem sendo criticada por lideranças internas por manter uma estrutura centralizada e pouco aberta à renovação. Henry defende a continuidade de um modelo de condução partidária que, segundo seus adversários, atende mais aos seus próprios interesses do que aos anseios da militância e da base.
A eleição interna, prevista para ocorrer ainda neste semestre, será decisiva para o futuro da sigla em Pernambuco, especialmente em um cenário de reorganização partidária para 2026. Jarbas Filho tenta se firmar como o nome capaz de reconectar o MDB às suas origens, enquanto Henry representa a resistência à mudança.
Mais do que uma troca de comando, o que está em jogo é o controle de um legado. A sucessão no MDB de Pernambuco é a luta por identidade, protagonismo e espaço no novo tabuleiro da política estadual.
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