Do Blog do Ricardo Antunes
Agentes da PF durante a Operação Torrentes
EXCLUSIVO, Por André Beltrão – A compra a um grupo empresarial familiar proibido de vender ao poder público em Pernambuco de R$ 19,5 milhões em rolos de lona plástica pela gestão do prefeito João Campos (PSB) repete o mesmo modus operandi e personagens alvo da Operação Torrentes, quando a Polícia Federal cercou o Palácio das Princesas para também investigar suspeitas de desvios na compra de materiais para o enfrentamento às chuvas de 2010 e 2017. Na prática, a gestão do PSB no Recife manteve o mesmo processo investigado na gestão estadual do PSB.
Os quase 20 mil rolos de lona foram adquiridos desde 2021 à MN Plástico & TNT, com sede em Igarassu, que pertence a Antonio Manoel de Andrade Neto, sobrinho de um réu preso pela Operação Torrentes, em 2017 (Antonio Manoel de Andrade Júnior).
Na Defesa Civil do Recife, unidade gestora que utiliza as lonas plásticas no morro, o comando é do secretário executivo coronel Cassio Sinomar Queiroz de Santana, réu em processo iniciado em 2017 que apura desvios de recursos no âmbito da mesma Operação Torrentes.

Na prática, a gestão do PSB no Recife comandada por João Campos também manteve as relações econômicas com o grupo investigado numa das maiores operações policiais que marcaram a história do governo de Pernambuco. De acordo com registro do Metrópoles, o Ministério Público Federal (MPF) foi à Justiça denunciar o fato e uma audiência está marcada para o próximo dia 30 de junho.
Conforme a petição do MPF, a empresa MN foi criada por Antonio Manoel de Andrade Júnior (que chegou a ser preso pela Torrentes) para burlar as medidas cautelares que impediam a sua própria empresa de seguir participando de licitações. As medidas cautelares seguem vigentes, conforme decisão de 30 de abril de 2025.
“O modus operandi de Antônio Júnior para descumprir a ordem legal em epígrafe deu-se de modo semelhante ao utilizado por esse para cometimento dos crimes desvendados na Operação Torrentes, qual seja: constituir empresas de fachada em nome de seus familiares com o objetivo de enriquecer ilicitamente. Exemplo disso são as empresas T & R Comércio de Artigos de Confecção Ltda., Megabag Indústria de Bolsas Ltda. ME e AM Júnior, todas empresas formalmente comandadas por familiares de Antônio Júnior, mas efetivamente por este administradas”, registraram em petição à Justiça os procuradores da República Alfredo Carlos Gonzaga Falcão Júnior e André Estima de Souza Leite.

O OUTRO LADO
A assessoria da Prefeitura do Recife não respondeu nossos questionamentos. Essa matéria poderá ser atualizada.
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