Assembleia Geral mais uma vez condenou o bloqueio à ilha.
Americanos sempre votavam pelo embargo, mas desta vez se abstiveram.
Os Estados Unidos, pela primeira vez, nesta quarta-feira (26), se abstiveram na votação da resolução da Assembleia Geral da ONU que a cada ano condena o embargo sobre Cuba.
"Hoje, os Estados Unidos vão se abster", disse a embaixadora americana na ONU, Samantha Power, poucos minutos antes da votação, que acabou com 191 votos a favor da condenação do bloqueio e 2 abstenções (dos EUA e de Israel, que tradicionalmente vota com os americanos neste tema)
Durante décadas, a Assembleia da ONU vem condenando anualmente o embargo a Cuba, com o voto contrário de Washington.
As resoluções da Assembleia Geral da ONU não são de cumprimento obrigatório. Mas o ato reiterado de aprovar a condenação ao embargo com maioria esmagadora por 24 anos veio demonstrando o isolamento dos Estados Unidos nessa questão.
A administração Obama tinha considerado a abstenção na votação do ano passado, mas concluiu que não poderia fazê-lo porque a resolução não refletia o que considerava ser o espírito de engajamento entre Obama e o presidente cubano, Raúl Castro.
Em 2015, a votação acabou 191-2 a favor da condenação do embargo comercial, econômico e financeiro contra Cuba. Foi o maior número de votos para a medida. Como de costume, apenas Israel se juntou aos Estados Unidos na oposição à resolução.
Retomada dos laços
Obama e Castro anunciaram em 17 de dezembro de 2014 que eles estavam restaurando relações diplomáticas, rompidas em 1961 depois que Fidel Castro tomou o poder e instalou um governo comunista.
Em 20 de julho do ano passado, as relações foram restauradas e embaixadas dos dois países foram reabertas, mas questões sérias permanecem, especialmente as críticas dos EUA em relação à questão de direitos humanos na ilha caribenha e os pedidos de bens expropriados pela Revolução Cubana.
O embargo causou prejuízos de mais de cem bilhões de dólares à ilha, segundo o governo cubano.
Cuba tem de comprar em mercados mais distantes, o que encarece as mercadorias com fretes e seguros. No caso dos medicamentos e outros bens tecnológicos, às vezes os Estados Unidos são o único fornecedor.
A ilha produz 65% dos medicamentos para seus 11,1 milhões de habitantes e importa os 35% restantes, principalmente para tratamentos de câncer, Aids e diabetes.
Fonte: Globo G1
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