Para resgatar carnaval, presidente garantiu repasse de R$ 13 milhões às escolas de samba
Por EXAME Hoje
Carnaval: Enquanto a economia do Rio sangra, Temer libera financiamento para o Carnaval para atender deputado federal (Ricardo Moraes/Reuters)
A cada dia, uma nova concessão ao Congresso: este é o recesso de Michel Temer. Nesta quarta-feira, o presidente tem reunião marcada com os ministros Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência, Marx Beltrão, do Turismo, e Sérgio Sá Leitão, novo ministro da Cultura, para acertar os ponteiros de uma liberação de verba de 13 milhões de reais em recursos do Tesouro Nacional para o Carnaval do Rio de Janeiro.
Em meio à crise, o peemedebista atende, com a medida, a um pedido do deputado federal Pedro Paulo (PMDB-RJ). A promessa de “resgate” ao Carnaval foi feita em reunião na manhã de ontem entre o presidente, o deputado e representantes das agremiações da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro. Sabe-se que Temer não está em condição de recusar pedidos de deputados, pois batalha ponto a ponto contra a denúncia por corrupção passiva que corre contra ele na Câmara. Temer deve ligar pessoalmente para 80 deputados antes do retorno do recesso na semana que vem, quando o Congresso volta do recesso e deve definir o destino do presidente.
Por isso, a confiança dos deputados no poder de barganha é tanta que o dinheiro para o carnaval nem foi confirmado pelo Planalto, mas anunciada como certa pelo próprio parlamentar carioca. A situação é boa para todos: a verba é pequena dentro do Orçamento federal, garante mais um aliado na votação e faz de Pedro Paulo o herói do Carnaval carioca, ao recuperar verba equivalente à contingenciada pelo prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB).
O governo de Michel Temer é classificado como ruim ou péssimo por 85% dos brasileiros, segundo o instituto Ipsos divulgou nesta terça-feira. Apenas 2% consideram a gestão como ótima ou boa e outros 11% classificam o governo como regular. Para 95% dos brasileiros, o país está no rumo errado. A pesquisa foi realizada entre 1º e 14 de julho, antes, portanto, do aumento de impostos anunciado na semana passada. Ou seja: a coisa ainda pode piorar. Neste cenário, era inevitável que o presidente se deixasse levar pelo Carnaval.
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