segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Manifestações políticas contra Temer marcam Rock in Rio 2017



Festival contou com protestos antes mesmo da abertura dos portões no primeiro dia. Público ainda reivindicou as medidas que ameaçam a Amazônia



O Rock in Rio é um velho palco de manifestações políticas tanto dos artistas, quanto do público. Neste ano, não foi diferente. O primeiro fim de semana do evento foi marcado por gritos contra o atual presidente Michel Temer e as ameaças à Amazônia.

Na última sexta-feira, antes da abertura dos portões da Cidade do Rock, o “fora, Temer” ecoou. Quem aguardava para entrar se manifestou diante de câmeras de TV, que mostravam a expectativa para o festival. Mais tarde, em apresentações como de Pabllo Vittar, Fernanda Abreu e em uma homenagem ao samba, com cantores como Criolo, Alcione e Martinho da Vila, o grito de protesto foi novamente entoado pelo público.
No sábado, o “Fora, Temer” chegou ao palco, na boca da cantora Mariana Aydar, integrante do tributo ao músico João Donato. Depois, viria a Blitz. A banda carioca, em seu show no Rock in Rio de Janeiro de 1985, saudara o recém-eleito presidente Tancredo Neves. Na ocasião, um jovem Herbert Vianna, além de Cazuza, cantou por dias mais felizes no Brasil que se anunciava.

Já o Evandro Mesquita de 2017 convocou: “Vamos mudar o Brasil!”. Pôs um cocar na cabeça e clamou pela Amazônia – numa referência à liberação da mineração numa área protegida: “A Amazônia está seriamente ameaçada por políticos corruptos, mineradores, pecuaristas, por cobiça. O governo Temer quer salvar seu pescoço sucateando a Amazônia. Demarcações já!”. A falta de popularidade do atual presidente refletiu também no show de Johnny Hooker, Liniker e Almério, quando o telão mostrou a frase: “Amar Sem Temer”.

A escolha de músicas de cunho político foi outra ferramenta para marcar o posicionamento dos artistas. A Blitz fez um cover de Aluga-se, de Raul Seixas, que em 1980 já zombava: “Os estrangeiros eu sei que eles vão gostar/ Tem o Atlântico com vista pro mar/ A Amazônia é o jardim do quintal/ E o dólar dele paga o nosso mingau”. Frejat, neste domingo, lembrou Ideologia e Pro Dia Nascer Feliz, ambas carregadas de simbologia. Ao ouvir um sonoro “fora, Temer” da plateia, retrucou: “Tá na hora”.

No sábado, o discurso de Samuel Rosa, do Skank, não fez menção a um político em específico, mas à classe. “A gente não se parece com vocês, políticos brasileiros. Vocês são piores do que ladrões. Graças a Deus, a apatia do povo está se dissipando.”

A proteção da Amazônia, causa encampada pelo Rock in Rio com o projeto Amazônia Live, de restauração de árvores, já estava presente no Palco Mundodesde sexta-feira, nas vozes de Ivete Sangalo e Gisele Bündchen. O festival tem como parceiro o Ministério do Meio Ambiente.

(Com Estadão Conteúdo)

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