Por: Daniel Medeiros
A inventividade e a ousadia de Jackson do Pandeiro influenciaram diferentes gerações de músicos brasileiros. O pernambucano Silvério Pessoa é um dos artistas que alimentam essa referência em sua própria obra. Não por acaso, é ele quem comanda a principal homenagem do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG)ao centenário do paraibano de Alagoa Grande.
Na noite de hoje, o tributo em formato de show é a última atração a subir ao Palco Mestre Dominguinhos, cuja programação tem início às 20h, apresentando também Elba Ramalho, Golden Hits e o espetáculo "Hoje a noite é a maior - Tributo a Biu Roque", com Alessandra Leão, Siba, Caçaba, A Fuloresta e Renata Rosa.
Silvério vem antecipando as comemorações dos cem anos do Rei do Ritmo desde 2015, quando lançou o disco "Cabeça Feita - Silvério canta Jackson do Pandeiro". O álbum deu origem a outros projetos, como um show acústico e, posteriormente, o sarau apresentado durante o Janeiro de Grandes Espetáculos de 2019.
"Com esse trabalho, tenho um show pronto pra qualquer versatilidade. O repertório base é o do disco, mas como não gravei os clássicos, a gente encerra com canções mais conhecidas, como 'O sapo', 'Canto da ema', 'Sebastiana' e uma grande roda junina com 'Casaca de couro'", adianta.
O que muda no FIG, em relação às apresentações anteriores, é a estrutura. "No sarau, me inspirei na banda norte-americana Morphine, composta só por baixo, sax e bateria. Já no FIG, eu estou com a banda completa, com direito a projeções feitas por um VJ. Então, embora a matriz seja a mesma, é outra concepção", aponta.
Outro diferencial deste novo tributo é a presença de convidados ilustres, que vão de grandes nomes MPB a representantes do rap da periferia recifense. Elba Ramalho, Zélia Duncan, Geraldo Maia, Lucinha Guerra, Lady Laay, Mari Periférica, Maciel Salu, Luiza Fittipaldi e Nathalia Bellar se juntam a Silvério no palco. "A obra de Jackson do Pandeiro é muito heterogênea. Ele foi um artista plural e a escolha das participações espelha muito bem isso", afirma.
"Jackson não representa só a música nordestina e o forró, mas a música brasileira como um todo. Sem sombra de dúvidas, ele deu um passo à frente. Era um gênio, assim como Tom Jobim e João Gilberto", diz. A 29ª edição do festival celebra o centenário do paraibano em diversos momentos. No próximo domingo, o jornalista paulistano Fernando Moura lança a biografia "Jackson do Pandeiro em Quadrinhos".
Já o documentário "Jackson na Batida do Pandeiro", dos cineastas Marcus Vilar e Cacá Teixeira, ganha pré-estreia no Cine Eldorado, no dia 24. As homenagens ainda envolvem outras linguagens, como dança e gastronomia.
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