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Depois da polêmica, a Assembleia Legislativa de Pernambuco resolveu adiar a licitação que visava contratar empresa para fornecer SUVs de luxo aos deputados. Ontem, publicamente, a deputada Clarissa Tércio (PSC) avisou que não queria saber de carro e que não pegassem o veículo pra ela.
Mas, não foi a única. Desde que a informação foi divulgada, houve discussões internas e reclamações entre parlamentares que diziam estar sendo expostos por causa de algo que eles não teriam pedido. Há relatos de que alguns alguns deputados chegaram a questionar qual seria o objetivo de uma licitação assim, nesse momento. E que pode ter a ver com a eleição da mesa diretora no fim do ano.
"Pelo jeito, quiseram agradar os colegas de olho na eleição da mesa e deu errado", afirmou um deputado, em reserva. O adiamento sine die (por tempo indeterminado), mostra que a repercussão interna foi mesmo muito grande. Ao todo, a Alepe pretendia gastar cerca de R$ 6 milhões com aluguel de veículos, num momento em que um dos grandes gargalos de Pernambuco é a mobilidade, num Estado com estradas ruins e transporte precário.
Querer comprar SUVs de luxo num momento como esse é quase como o sujeito que resolve fazer piada em enterro, pra descontrair. Faltou, no mínimo, senso de oportunidade. Sem falar na atenção basilar necessária a um princípio que não está exposto com essas palavras na Constituição, mas deveria: o dinheiro do contribuinte não nasce em árvore.
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