Por Edmar Lyra
A mídia nacional divulgou ontem a possibilidade do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro desistir da pré-candidatura à presidência da República para se lançar a um cargo no legislativo. Essa especulação não é de hoje, nos últimos meses do ano passado já se especulava em Brasília que Moro poderia ser candidato a senador por São Paulo em vez de tentar o Planalto. A presidente nacional do Podemos, partido de Moro, Renata Abreu, negou veementemente a possibilidade de desistência, porém onde há fumaça, há fogo.
A pré-candidatura de Sergio Moro, antes tida como a grande novidade do pleito deste ano, já não exala o encanto dos seus primeiros dias, e o establishment começou a perceber o óbvio, de que não só Moro como qualquer outro nome da chamada terceira via não ameaçam a polarização instituída entre o atual presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula, segundo e primeiro, respectivamente, em todas as pesquisas divulgadas até o presente momento.
As chances da terceira via, com as presenças de Lula e Bolsonaro no páreo, não passam de um sonho de verão, os dois projetos se retroalimentam e tendem a consolidar os seus números já expressivos em todos os levantamentos até a oficialização das candidaturas em agosto. Os insatisfeitos com o governo Bolsonaro tendem a convergir para Lula, enquanto os que temem a volta do PT tendem a dar um voto de confiança a Bolsonaro mesmo diante das dificuldades do seu governo, o que deixará a já combalida e dividida terceira via cada vez menor política e eleitoralmente.
As dúvidas que pairam sobre a candidatura de Sergio Moro reforçam que, se o postulante do Podemos, melhor posicionado em todos os levantamentos com cerca de dez pontos percentuais, não tem certeza de levar sua candidatura até o fim, os demais nomes como Ciro Gomes, João Doria e outros arremedos de candidato não terão a menor condição de vitória nas eleições de outubro.
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