sexta-feira, 11 de abril de 2025

Duas jovens de 18 anos são atropeladas e morrem na faixa de pedestres na Grande São Paulo



Do G1 – Câmeras de monitoramento registraram o momento em que duas jovens, de 18 anos, foram atropeladas na quarta-feira (9) na faixa de pedestre por um carro em alta velocidade em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo. Elas foram arremessadas a mais de 50 metros e morreram.

O acidente ocorreu às 22h55 na Avenida Goiás, principal via da cidade, no bairro Santo Antônio, e foi flagrado pelo Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), que opera com vigilância eletrônica. A cidade de São Paulo registrou um aumento de morte por atropelamentos neste ano.

Nas imagens, obtidas pela TV Globo, é possível ver que Isabela Priel Regis e Isabelli Helena de Lima Costa atravessaram a faixa quando o sinal estava vermelho para pedestres.

Outra câmera mostra que, no momento do impacto, o semáforo para veículos estava amarelo. A defesa do motorista, Brendo dos Santos Sampaio, diz que o semáforo estava verde para os carros e que ele não viu que as jovens atravessavam a rua naquele momento.

Brendo, de 26 anos, é estudante de direito e dirigia um Honda Civic. Ele acabava de sair da faculdade, que fica ali na região. Segundo o advogado dele, Francisco Ferreira, o motorista contou que seguia entre 60 km/h e 70 km/h, mas que não sabe precisar a velocidade exata.

Duas mulheres morrem atropeladas na faixa de pedestres em Santo André — Foto: Reprodução/TV Globo
Duas mulheres morrem atropeladas na faixa de pedestres em Santo André

À Polícia Militar, ele confessou estar “um pouco acima da velocidade” permitida, que é de 60 km/h. O teste do bafômetro constatou que ele não estava bêbado. Depois, ele também foi submetido a uma contraprova junto ao Instituto Médico Legal (IML), mas o resultado ainda não foi divulgado.

Segundo o boletim de ocorrência, o caso foi registrado como homicídio com dolo eventual (quando assume o risco) “ao lançar-se em prática de altíssima periculosidade em via pública e mediante alta velocidade (em conduta conhecida por ‘racha’)”.

Depoimento de testemunha
Uma testemunha relatou que o carro parecia disputar racha com outro veículo, pois foi ultrapassada pelo Honda Civic “em altíssima velocidade”, segundo o boletim de ocorrência.

A testemunha ainda disse que, ao pararem em um semáforo em frente a um mercado, o Honda Civic se posicionou ao seu lado e, tão logo o sinal abriu, ele arrancou bruscamente, fazendo “barulho de pneu” e emparelhou com um carro Onix, de cor branca.

Os dois carros, então, passaram a correr em alta velocidade, parecendo disputar um racha, segundo relato da testemunha.
Minutos depois, a testemunha viu as duas vítimas caídas no chão e o Honda Civic parado nas proximidades.

Amigas inseparáveis

Momentos antes do acidente, as vítimas Isabela e Isabelli voltavam de uma adega após comemorarem que uma delas iria começar em um emprego novo na semana que vem.

As duas eram amigas inseparáveis. Elas estudaram o ensino médio juntas e… morreram juntas.
— Claudilene Helena de Lima, mãe de Isabelli

O carro ficou completamente destruído (veja na imagem acima). O caso foi registrado no 1º Distrito Policial de São Caetano.

Duas mulheres morrem atropeladas na faixa de pedestres em Santo André — Foto: Reprodução/TV Globo
Duas mulheres morrem atropeladas na faixa de pedestres em Santo André

Aumento de mortes por atropelamento

A cidade de São Paulo registrou um aumento de 30% no número de mortes por atropelamento se comparado ao mesmo período em 2024. Entre janeiro e fevereiro deste ano, 53 pessoas morreram atropeladas nas avenidas da cidade.

Em 2024, foram registrados 41 casos, 12 atropelamentos com mortes a mais. É o maior número já registrado nos últimos seis anos. Pessoas com mais de 60 anos são as que mais correm perigo ao transitar pelas avenidas da capital.

No Morumbi, Zona Sul da capital, a Avenida Giovanni Gronchi registrou uma morte por atropelamento no trecho de quatro faixas para veículos.

Para o pesquisador de Engenharia de Transporte na Unicamp Luiz Vicente Figueira de Mello, os casos se repetem e podem ter explicação pela quantidade de distrações no trânsito dos dias de hoje.

“É a distração das pessoas, de não estarem atentas no que estão fazendo, na mobilidade, no deslocamento. Isso contribui significativamente no risco de acidente. O acidente não ocorre porque uma pessoa ficou desatenta e sim o número de pessoas envolvidas naquele acidente”

Veja o vídeo

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