Por Edmar Lyra
A desistência de Paulo Roberto, prefeito de Vitória de Santo Antão e aliado de Henry, escancara o esvaziamento do grupo. Enfraquecido, ele parece ter jogado a toalha, reconhecendo que a mobilização em torno da candidatura de Henry perdeu o gás. A base, antes fiel, começa a abandonar o barco diante da possibilidade de uma derrota acachapante. A resistência de Henry se torna apenas simbólica, quase melancólica. Sua última tentativa de se manter relevante foi uma aproximação oportunista com Fernando Bezerra Coelho, adversário que ele mesmo já tentou desmoralizar publicamente em gestos de clara incongruência política.
Henry encerra sua trajetória com duas derrotas emblemáticas: a de 2022, quando perdeu a eleição para deputado federal para Iza Arruda, mesmo jogando contra ela nos bastidores, e agora, a iminente perda do MDB para Jarbas Filho. A ironia maior é que Iza é filha do mesmo Paulo Roberto que hoje, mesmo aliado, abandona o campo de batalha.
Com uma carreira marcada por gestos de traição e alianças inconsistentes, Raul Henry caminha para o esquecimento político. Aqueles que o acompanharam nos tempos de glória hoje o observam à distância, perplexos com sua incapacidade de se reinventar. A história registrará seu fim não como o de um líder combativo, mas como o de alguém que perdeu a confiança dos próprios aliados. No MDB de Pernambuco, um ciclo se fecha — e com ele, a era medíocre de Raul Henry.
Nenhum comentário:
Postar um comentário