quarta-feira, 25 de junho de 2025

O plano B de Miguel Coelho para disputar o Senado em 2026

 

Foto: Ivaldo Reges

Por Edmar Lyra

O ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, atual presidente estadual do União Brasil, segue sendo uma peça estratégica no jogo político de Pernambuco. À frente de uma legenda que compõe a federação União Progressista — formada por União Brasil e PP — Miguel observa com atenção os desdobramentos que envolvem o projeto político de João Campos, hoje prefeito do Recife e pré-candidato ao governo do Estado em 2026.

Apesar de ter deixado o MDB para disputar o governo em 2022, Miguel Coelho não abandonou os planos de protagonismo estadual. Sua volta ao MDB, partido pelo qual se reelegeu prefeito de Petrolina em 2020, está no radar como um possível movimento tático para garantir espaço na majoritária da próxima eleição — especialmente se a federação União Progressista não caminhar com João Campos.

O comando da federação em Pernambuco ficará com Eduardo da Fonte (PP), que mantém boa relação com João Campos. Caso o grupo decida apoiar o socialista, a tendência é que Eduardo seja o nome indicado para disputar o Senado na chapa da Frente Popular. Nesse cenário, a permanência de Miguel Coelho como opção majoritária pela federação se enfraquece, e o retorno ao MDB surge como um plano B viável.

O movimento ganha ainda mais sentido após o gesto do ex-senador Fernando Bezerra Coelho, pai de Miguel, na recente disputa interna pelo comando do MDB estadual. Mesmo após embates duros com Raul Henry entre 2017 e 2018, FBC apoiou Henry na disputa deste ano, contribuindo para manter o partido sob a influência de João Campos. A sinalização foi clara: o clã Coelho não descarta uma reaproximação com a legenda como parte de uma estratégia maior.

Nos bastidores, cresce a avaliação de que Miguel poderia compor a chapa de João Campos como candidato ao Senado em 2026, em um gesto de aliança pragmática. Com duas vagas em disputa para o Senado, o grupo político liderado por João busca alianças que ampliem sua força eleitoral no interior do Estado — e os Coelho ainda detêm capital político significativo no Sertão.

A articulação está longe de ser definida, mas o que já se sabe é que Miguel Coelho não está fora do jogo. Pelo contrário: trabalha silenciosamente para garantir lugar na chapa majoritária, seja pela federação, seja por um possível retorno ao MDB.

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