Dois pesos e duas medidas: a seletividade do PSB em Pernambuco

       

Desde o início do mandato da governadora Raquel Lyra, em 2023, uma minoria de oito deputados estaduais, a maioria do PSB, tem atuado para atrapalhar o andamento das pautas do Estado no Legislativo. Entre os projetos que estão presos  nas comissões está o PL 2692/2025, que solicita aprovação da Casa para contratar um empréstimo na ordem de R$ 1,5 bi. O projeto já está em tramitação há quase 90 dias, extrapolando (e por muito) o prazo regimental de urgência, que garante a votação em plenário por todos os deputados após 45 dias corridos. 

Não se via esses parlamentares durante os oito anos em que Paulo Câmara governou Pernambuco, quando todos os projetos de sua autoria eram “tratorados” e aprovados em tempo recorde. O mesmo PSB, vale dizer, aprovou, na Câmara Municipal do Recife, um empréstimo de R$ 900 milhões para o prefeito João Campos na última segunda-feira (16). O projeto que pedia o empréstimo foi enviado pelo gestor no último dia 6 de junho, ou seja, foi aprovado pelas comissões da Casa e votado pelo corpo de vereadores em tempo recorde de dez dias. 

Já para a proposta do governo, os opositores colocaram diversos obstáculos para que a pauta não fosse à votação em plenário, pois sabem que esta seria aprovada pela maioria dos 49 parlamentares. Primeiro, veio a proposta do deputado Antônio Coelho (UB) - aliado do prefeito João Campos - para tentar impor ao governo que 50% dos recursos fossem destinados aos municípios, o que é inconstitucional, já que a gestão detalha no ato da solicitação de empréstimo para onde vão os recursos. Depois, coube ao deputado Waldemar Borges (PSB) tentar alardear e politizar o tema, ao afirmar que existem irregularidades em empréstimos já captados pela gestão. 

As comissões da Câmara, compostas majoritariamente por vereadores do PSB, não teceu nenhum questionamento sobre o projeto do prefeito João Campos, que carece diversas explicações, se for utilizada a mesma lógica dos deputados socialistas. Isso só mostra a seletividade e arbitrariedade do partido, que para os seus permite tudo, enquanto conspira contra seus desafetos sempre em busca dos louros políticos.