Defensor da liberdade religiosa e da separação de poderes, juiz é o mais jovem designado em 25 anos; democratas prometem resistir no Senado
Trump discursa ao lado de Neil Gorsuch, acompanhado da mulher, Marie Louise: presidente qualifica juiz como "o melhor no país" para o cargo
Depois de semanas de suspense, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou o juiz Neil Gorsuch como escolhido para ocupar a vaga em aberto na Suprema Corte americana. A indicação do magistrado conservador para suceder Antonin Scalia — que morreu em fevereiro do ano passado — na mais alta instância do Judiciário dos EUA confirmou as expectativas dos analistas políticos. A indicação ainda deve ser validada pelo Senado, onde os democratas ameaçam levar a briga pelo bloqueio às últimas consequências. O presidente conta com a maioria republicana na casa e com a disposição de alterar o regimento interno para contornar a estratégia da oposição. Com o aval da Câmara Alta, Gorsuch deve se tornar o mais jovem magistrado a integrar o painel da instituição em cerca de 25 anos. O mandato na Corte é vitalício, e as decisões do indicado por Trump podem influenciar o Judiciário por décadas.
Ao anunciar a escolha para a Suprema Corte, o recém-empossado presidente enalteceu a formação e a experiência de Gorsuch no Judiciário (leia o perfil). Trump buscou um nome bem aceito entre ambas as alas do Congresso e que foi aprovado por unanimidade ao ser apontado para o 10º Circuito de Cortes de Apelação federal. “Vocês podem acreditar nisso hoje em dia? Isso não acontece mais. Talvez aconteça”, comentou Trump, em referência às dificuldades que os democratas pretendem impôr à confirmação do nomeado.
Trump descreveu Gorsuch como um profissional “brilhante”, cujo currículo é “extraordinário” e que ama a Constituição americana. “Ele poderia ter o emprego que quisesse, mas o que queria era ser juiz, escrever decisões e defender a nossa Constituição”, contou. “Ele é o homem do nosso país e de quem o país precisa. Espero que democratas e republicanos se unam para aprová-lo”.
Em meio às homenagem a Scalia, Gorsuch se disse “honrado” e disposto a conversar com os membros das bancadas republicana e democrata para ouvir suas preocupações e esclarecer seus questionamentos.
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