domingo, 6 de janeiro de 2019

Os Homens e o Poder

       
Janeiro começou diferente. 2019 começou diferente. Há negras nuvens no ar de um país que é cobiça do mundo. Tão diferente de 2002, quando se colocou um marco na terra do Brasil e um homem do povo, Nordestino guerreiro e bravo, lutou e conquistou, na terceira tentativa, o poder. Lula é excepcional. Inigualável. Líder brilhante. Estrela na terra. O homem que deixou a terra ressequida do sertão para crescer na selva de pedra da grande metrópole. O vencedor que mostrou ao mundo o seu carisma e disse que era possível.
       Independentemente de onde e como se tenha vindo, a luta não é inglória e se pode vencer. Não importa a opinião de alguns sobre ele hoje, é certo que “ninguém neste mundo pode ser Lula”, assim afirmou a grande jornalista do Jornal El País, Vera Malaco. Só ele sabe fazer brilhar estrelas jogadas na terra. Ele fez história e que bela história!
       Quando parte da elite branca e prepotente, achou que perdia mordomias e sentiu-se pressionada e viu o pobre, o negro, o índio, os LGBT serem olhados pelo poder com outros olhos, começou a lutar contra aquele, que sempre será o maior líder que o Brasil conheceu e o mundo respeita como tal até hoje, mesmo que esqueçam que foi o maior presidente que já tivemos nos últimos anos, após uma ditadura sangrenta e desgraçada.
       A dita elite brasileira manifestou-se contra tantos direitos adquiridos pelos trabalhadores e por aqueles de classes menos favorecidas e outras minorias, de tal forma e tão intensamente, que fizeram muitos acreditar que este era um monstro a destruir com suas garras ferozes, o país, que o próprio colocou como a sexta economia do mundo, e fez com que este mesmo mundo olhasse o Brasil como um gigante do futuro. Era preciso desestabilizar um governo que olhou para o social. Era preciso voltar àquelas raízes preconceituosas e oprimentes que sempre permearam as nossas vidas, e assim foi feito. Era uma guerra fria começando e o seu fim mete medo.
       As pessoas começaram a ouvir o que lhes era conveniente, e como não tinham a coragem, elas mesmas, de gritarem as suas raivas contidas atrás de sorrisos mentirosos e gestos disfarçados, passaram a ter quem lhes servisse de porta voz e que lhes dava o prazer de gozarem as suas revoltas, oprimidas e acumuladas, e merecidamente viram-se representados por um ser semelhante a si. Assim, viram-se num espelho que gritava o que lhes convinha e foram exaltando-se a um ponto de desconhecerem a própria história.
       Cinquenta e oito milhões de brasileiros encontraram o espelho que buscavam e agora se olham orgulhosos. Pois são exatamente a cópia daquele que elegeram para caçar todos os direitos dos trabalhadores e transformar o país numa nova ditadura, irresponsavelmente, omitindo e obliterando a Carta Magna da Pátria.
       Uma frase dita por Vera Malaco na sua reportagem, nos dá a noção exata do que ocorreu realmente. “As redes sociais permitiram “desrecalcar” os recalcados, fenômeno que tanto beneficiou Bolsonaro”. Isto é um fato.
       Agora estamos todos nós vendo e ouvindo as atrocidades de um governo despreparado, que brada aos ventos a sua incapacidade enquanto equipe, e cada um que mostre a sua empolgação pelo poder conquistado, enquanto os seus eleitores dizem amém, porque lutar pelo certo dá trabalho e não dá fama, ainda que esta seja má, eles riem e festejam feito inocentes crianças que ganharam o doce, mesmo que este tenha sido roubado pelo “canalha” do vizinho para adoçar as bocas e ludibriar a boa fé dos crédulos. Logo o espelho se quebrará em pedacinhos tão pequenos, que talvez não dê para aproveitar qualquer coisa. Aí veremos se a estrada tem retornos. O que acho improvável.
       Enquanto isso, eles comem esganados, o poder surrupiado sem pensarem que logo faltará o pão para os famintos de “justiça”.
       Quem viver verá!

                                                                      Lígia Beltrão

Um comentário:

  1. Obrigada, Augusto, por publicar a minha pequena crônica neste teu maravilhoso Blog. Devo enfatizar que não sou contra o governo, mas contra a sua forma de governar. Quem dera fosse este, o homem que transformaria o país num paraíso, mas o que vejo, parece, cava ainda mais fundo o buraco onde estamos...
    Abraço.
    Lígia Beltrão

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