Presidente diz que será 'enorme surpresa' se Raquel Lyra (PE) e Eduardo Riedel (MS) deixarem a sigla
Por Igor Gielow/Folha de São Paulo
Após ser massacrado na eleição municipal deste ano, quando conquistou 273 prefeituras, o que resta do PSDB luta para manter 2 dos 3 governadores de estado que ainda tem.
O caso mais consolidado é o de Pernambuco, onde Raquel Lyra está com dois pés na canoa do PSD. Ela e a sigla se aproximaram bastante na campanha eleitoral, com Raquel apoiando candidatos do partido de Gilberto Kassab.
A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra durante entrevista no Palácio do Campo das Princesas - Hesíodo Góes/Governo de Pernambuco
A governadora diz que não é hora de falar em troca. "Meu mandato é para Pernambuco." Ela declara que tem boa relação com o governo Lula (PT) em nome de parcerias para o seu estado. "Já fui 58 vezes a Brasília", disse, por telefone, da capital federal na quarta (13).
Apesar do discurso público, sua insatisfação com a oposição automática dos tucanos a Lula é notória.
Ela também sabe que o encolhimento do PSDB significa parcos recursos para tentar disputar a reeleição em 2026, uma contenda na qual desponta como forte candidato o prefeito reconduzido do Recife, João Campos (PSB).
Mais sobre PSD e PSDB
O PSD, com a musculatura de maior partido do país em número de prefeituras (887) e ampliando seu espaço no Congresso, surge como a casa ideal para Raquel, que também foi sondada pelo MDB. Como diz um dirigente da sigla, a ficha de filiação da governadora está pronta.
O presidente do PSDB, Marconi Perillo, diz que "há muita especulação" sobre a sigla.
Chamou Raquel de "grande quadro" e lembrou que o PSDB, sob a liderança da governadora, virou o partido com mais prefeituras no estado, 32, ante 31 do PSB de Campos. Como publicou o Painel, Raquel visa manter esse apoio com uma saída negociada.
Governadora de Pernambuco, Raquel Lyra
Raquel Lyra (PSDB), então candidata ao Governo de Pernambuco, em lançamento de campanha Reprodução - 15.ago.22/Raquel Lyra no FacebookMais
Nas contas da governadora, 126 das 184 cidades pernambucanas estão nas mãos de aliados seus. "Ela nunca mencionou a vontade de deixar o partido", desconversa Perillo, ante a realidade colocada.
Segundo aliados do tucano, uma alternativa para mantê-la seria a oferta da vaga de candidata a presidente em 2026.
O postulante presumido, o governador Eduardo Leite (PSDB), sinalizou à direção da sigla que não deverá topar a empreitada, deixando seu futuro indefinido —ele foi reeleito em 2022 após fracassar em ser presidenciável e pode disputar o Senado na próxima eleição.
O problema é combinar com a pernambucana, que, segundo interlocutores no estado, descarta qualquer ideia que não seja a de disputar a reeleição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário