Por Edmar Lyra
Prestes a completar o segundo ano de seu terceiro mandato, o presidente Lula enfrenta um cenário político e econômico que, em muitos aspectos, lembra o conturbado período do governo Dilma Rousseff. Eleito em 2022 com a promessa de retomar os avanços de seus mandatos anteriores (2003-2010), Lula agora vê sua popularidade em queda. Problemas econômicos, como estatais dando prejuízo e o dólar prestes a atingir R$ 6, agravam a situação, especialmente em um contexto sem pandemia. A gasolina a R$ 6,10 impacta diretamente na inflação, que já ultrapassa o centro da meta, projetando um 2025 ainda mais desafiador em termos de contas públicas e atividade econômica.
Embora o desemprego tenha caído significativamente, uma tendência observada desde o fim da pandemia, o cenário positivo do mercado de trabalho pode estar em risco. A falta de zelo com as contas públicas, uma característica marcante do governo Dilma, reaparece como uma ameaça. O risco de comprometer os setores que atualmente apresentam resultados positivos é real e iminente.
A situação econômica atual é marcada por uma alta volatilidade e incertezas, algo que reflete diretamente nas políticas econômicas adotadas. A gestão das estatais, essencial para a saúde fiscal do governo, se mostra deficiente, com prejuízos que pressionam ainda mais as finanças públicas. A iminência do dólar chegar a R$ 6 é um indicativo claro da fragilidade econômica e da perda de confiança dos mercados no governo.
O preço da gasolina a R$ 6,10, sem a justificativa de uma pandemia, é sintomático de uma gestão que luta para encontrar o equilíbrio entre demandas populistas e a necessidade de ajuste fiscal. A inflação alta reduz o poder de compra da população, agravando ainda mais a percepção negativa sobre o governo. A incapacidade de manter a inflação dentro da meta não apenas corrói a renda das famílias, mas também eleva os custos de produção, afetando a competitividade das empresas brasileiras.
O paralelo com o governo Dilma não é apenas uma coincidência. A similaridade no descuido com as contas públicas e a gestão econômica é alarmante. Se Lula não conseguir reverter essa tendência, poderá enfrentar um cenário ainda mais desafiador em 2025, com um possível aumento da dívida pública, maiores dificuldades de financiamento e uma economia em desaceleração.
Para o governo Lula, o desafio é duplo: estabilizar a economia e reconquistar a confiança da população e dos mercados. A disciplina fiscal deve ser a prioridade, acompanhada de políticas que promovam o crescimento sustentável e a geração de empregos de qualidade. Caso contrário, os avanços conquistados poderão ser rapidamente anulados, e o Brasil poderá reviver os mesmos erros que marcaram o fim do governo Dilma.
A história recente mostra que a falta de responsabilidade fiscal tem um alto custo. É imperativo que o governo aprenda com o passado para não comprometer o futuro do país. Lula ainda tem tempo para ajustar o rumo, mas as ações precisam ser rápidas e eficazes. O próximo ano será crucial para determinar se o Brasil conseguirá evitar um novo ciclo de instabilidade econômica ou se repetirá os erros do passado.
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