quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Petrobras foi saqueada num volume sem paralelo no governo Lula', diz Moro


Por: AE


Foto: Ed Alves/CB/D.A Press

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, afirmou, nesta terça-feira (15), em entrevista à GloboNews, que a Petrobras foi "saqueada em um volume sem paralelo" durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A declaração foi feita em resposta a pergunta sobre argumentos da defesa do petista à Justiça de que Moro foi um juiz parcial e o perseguiu durante processos judiciais.



Moro afirmou que Lula não "faz parte" de seu "presente", nem do "futuro". "O fato é que a decisão que eu proferi foi confirmada por três desembargadores que permanecem em suas posições."


"O que existe é um álibi falso de perseguição política. O fato é que a Petrobras durante o governo do ex-presidente foi saqueada num volume às vezes sem paralelo no mundo", disse. Moro ressaltou que "a própria Petrobras reconheceu R$ 6 bilhões em desvios".

"Pra onde foi esse dinheiro? esse dinheiro foi para enriquecer ilicitamente diversos agentes públicos daquele governo e parcelas beneficiaram o ex-presidente. Esse álibi parte do pressuposto de que esse escândalo de corrupção não aconteceu", concluiu.

Decreto das armas


ministro da Justiça e Segurança Pública tratou com naturalidade as mudanças entre a minuta do decreto de flexibilização de posse de armas, elaborado por ele, e o resultado final do texto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro.


"Dentro de uma proposição de uma política pública sempre há uma discussão intensa. E as pessoas muitas vezes divergem e há mudanças de posição enquanto essa política pública é elaborada. [A diferença entre] O que se discutiu antes, no começo, e o resultado final, isso é algo natural dentro da formulação de qualquer política pública."


Segundo a Coluna do Estadão, do jornal O Estado de S Paulo, Moro teria ficado chateado com as alterações. A sugestão do ministro era mais restritiva do que o texto final do decreto: previa a posse para duas armas, e não quatro, não prolongava automaticamente registros já concedidos para dez anos e exigia a comprovação de cofre para artefatos, e não a mera declaração.


Na entrevista à Globonews, Moro argumentou que ouviu críticas ao decreto de ambos os lados: de quem era contra a flexibilização e de quem entendeu que precisava de uma flexibilização maior. "Me parece que foi um indicativo de que foi algo moderado", disse. 


O ministro ainda defendeu que o ponto do decreto que estabelece que o cidadão não tem de comprovar que tem cofre para guardar as armas foi "muito importante". "Presume-se a veracidade do que é declarado pelo cidadão ao Estado."


O ex-juiz federal também ressaltou que o decreto responde a um desejo de parte da população de ter posse de arma em sua residência, "embora o tema seja controverso", e a uma promessa de campanha de Bolsonaro. 


"As pessoas têm uma sensação de segurança maior e, por outro lado, em determinada circunstância, a arma pode realmente funcionar como um mecanismo de defesa, especialmente dentro de um contexto em que há uma violência significativa no País e que, por outro lado, os serviços policiais não são totalmente eficientes para coibir essa prática criminosa", disse. 


"Tem que deixar claro que foi algo cauteloso e tirar esse pânico de pessoas atirando na rua", completou. 


Porte de armas


Sobre o porte de armas - que permitiria que o cidadão andasse armado -, Moro disse que não há nenhuma movimentação em relação a esse assunto. "Se for ter algo nesse sentido, tem que ser muito bem pensado, porque é muito delicado."

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