Por duas vezes consecutivas, uma na posse e outra no anúncio oficial do novo secretariado, o governador Paulo Câmara (PSB) garantiu que ele e sua equipe farão ações em todas as áreas para que “Pernambuco possa gerar novos postos de trabalho e devolver aos pernambucanos o que a crise do país tirou”. A promessa do socialista neste início de ano está sendo aguardada com expectativa por muitos pernambucanos que entraram para as estatísticas negativas dos trabalhadores que estão oficialmente fora do mercado de trabalho.
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No Brasil, já são quase 13 milhões de pessoas desempregadas. Segundo dados do IBGE, Pernambuco é um dos 14 estados do país que tiveram índice de desemprego superior a média nacional no terceiro trimestre de 2018. Em Pernambuco, 16,7% da população está sem emprego (cerca de 1,4 milhão de pessoas), índice superior em quase 5 pontos percentuais ao nacional, que foi de 11,9%.
Motorista particular e de empresa há mais de 20 anos, José Félix da Costa Filho, 61 anos, entrou para a estatística do desemprego há cerca um ano e meio. Apesar de não ter levado uma única multa nos 37 anos em que dirige, não ter sofrido nenhum acidente de trânsito, nem recebido um único ponto negativo na carteira de motorista junto ao Detran-PE, Félix Costa não conseguiu voltar ao mercado de trabalho. “Infelizmente tem o fator idade, que pesa. Boa parte das empresas não aceita. Dos 37 anos de carteira de motorista, dos quais mais de 20 anos como profissional, sempre tive ficha limpa no Detran. Esse perfil e a experiência deveriam ser levados em consideração na hora de uma contratação, mas a realidade é outra”, lamentou.
Ao falar sobre a expectativa do governo federal em relação à abertura de novos postos de trabalho no país, José Félix disse que era preciso esperar os seis primeiros meses de gestão para saber o que vai acontecer. “Acredito que vai melhorar se não roubarem. A mudança que o eleitor fez foi para que tenha sinceridade e cuidados com a coisa pública. Se não tiver ficará a mesma coisa”, comentou.
A expectativa por ações concretas do governo federal no quesito aquecimento da economia do país não é apenas dos trabalhadores que estão fora do mercado de trabalho. O presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), José Patriota, afirmou que os municípios aguardam que a promessa do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de descentralizar os recursos se concretize.
Em sua avaliação, é necessário que a União olhe o país como um todo, em especial a região Nordeste. “É importante ser menos Brasília e mais Brasil. A fala do presidente Jair Bolsonaro leva a acreditar que haverá descentralização. Tem frases ditas pelo governo que estão soltas ainda, como as questões do imposto de renda, da reforma tributária, da revisão do pacto federativo e da Previdência dos municípios, que precisa se adequar para atender a todos e não só a previdência geral”, comentou.
Para o prefeito de Garanhuns, Izaias Régis (PTB), o governo federal precisa colocar os municípios como prioridade na liberação de recursos. “É urgente que as verbas da União venham diretamente para as cidades, sem atravessadores. A situação dos municípios é muito ruim. Hoje somos administradores de folha de pagamento. Não sobra para investimento. Quem tem recursos próprios pode fazer algo, mas a maioria não tem. Os municípios estão falidos”, criticou Régis.
De acordo com o petebista, a Prefeitura de Garanhuns teve que colocar R$ 8 milhões a mais para a educação, além do percentual de 25% que é obrigatório, para o setor não paralisar. “Na saúde é a mesma coisa. Não temos como manter as cidades funcionando bem do jeito que a coisa está”, advertiu.
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