quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

A ARTE DE ESCREVER PARA CRIANÇAS

Por Humberto Pinho da Silva

 

 

 


Escrever para crianças, é arte delicada que poucos dominam. São raros os que se encontram preparados para o fazerem, apesar de serem muitos, os que se aventuram – até consagrados, – já que, em regra, escrever livros de culinária, ou para criança, é meio fácil e simples, de encontrar editor e ganhar dinheiro.

Vem o preâmbulo, a propósito de livrinho de versos, intitulado: “ A Televisão da Bicharada”, escrito por Sidónio Muralha., e publicado por “ Edições Girofle”, de São Paulo. Brasil

Para mim, o autor, é um ilustre desconhecido, mas a obra contem interessantíssimos versos, para a infância.

Com o fim de levar ao leitor amigo, uma amostra da qualidade desses versos, acessíveis à idade a que se destinam, vou transcrever os que mais me agradaram:

 

XADREZ

 

 

É branca a gata gatinha;

é branca como a farinha.

 

É preto o gato gatão;

é preto como o carvão.

 

E os filhos gatos gatinhos,

são todos aos quadradinhos.

 

Os quadradinhos branquinhos

fazem lembrar mãe gatinha,

que é branca como farinha;

os quadradinhos pretinhos,

fazem lembrar pai gatão,

que é preto como o carvão.

 

- Se é branca a gata gatinha,

é preto o gato gatão,

Como é que são os gatinhos?

 

- Os gatinhos…eles são…

- São todos aos quadradinhos!

 

 

Também estes, pareceram-me muito engraçados, e bons, para o público a que se destinam:

 

 

BOA NOITE

 

A zebra quis

ir passear,

mas a infeliz

foi para a cama.

 

- Teve que se deitar,

porque estava de pijama!

 

 

Igualmente são interessantes, estes:

 

 

TUCANO – DE – BICO – VERDE

 

 

Tucano eu sou,

tucano eu fico,

se gostou

ou não gostou

do meu bico

 

 

Mudá-lo seria engano

pois um tucano tem bico.

-Tem um bico de tucano!

 

E se encurtarem o seu bico,

fica bico de tucano

Igual

Ao do tico – tico.

 

E é normal,

que cada qual

seja senhor do seu bico!…

 

 

Se Anatole France se ocupou tanto a sério dos contos de fada, também não será de estranhar, que eu aprecie estas coisas infantis. Pequenas … grandes coisas! Esses versos simples e ingénuos, levaram-me ao tempo de infância, e certamente também agradarão, ao leitor, quer seja, adulto ou criança. 

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