Por Edmar Lyra
O encontro entre o governador Paulo Câmara e o ex-presidente Lula no Palácio do Campo das Princesas realizado no último domingo foi bastante criticado por integrantes da oposição, com alguns nomes, a exemplo de Mendonça Filho e Priscila Krause, apontando uma suposta incoerência pelo fato de PT e PSB terem se enfrentado no segundo turno pela prefeitura do Recife em 2020.
Pois bem, é importante frisar que a candidatura própria do PT na capital pernambucana não era um desejo dos diretórios municipal e estadual, que defendiam a manutenção da aliança com o PSB devido a necessidade de combater a pauta bolsonarista. O PT nacional, por sua vez, levando em consideração uma estratégia de candidaturas próprias nas capitais para reforçar a imagem do partido perante o eleitor, optou por bancar a candidatura de Marília Arraes. As gestões e os partidos criticados por Priscila e Mendonça demonstraram lastro eleitoral e político, uma vez que socialistas e petistas tiveram quase 60% dos votos válidos no primeiro turno do Recife, cuja oposição foi incompetente no sentido de convencer o eleitor de uma mudança para o grupo.
A fragmentação em seis candidaturas e o ataque entre si, vide a utilização exaustiva do guia de Mendonça Filho no sentido de desconstruir e desqualificar a candidatura de Patrícia Domingos foram alguns dos motivos que possibilitaram a polarização entre PT e PSB, o que evidencia que os projetos pessoais estavam acima de um projeto político para a capital pernambucana.
Portanto, PT e PSB se reaproximarem é um movimento legítimo e natural do processo político, cabendo ao eleitor fazer o juízo de valor sobre a reaproximação. Não só o projeto estadual mas principalmente o projeto nacional justificam a retomada da aliança entre os dois partidos, e não será a primeira vez que políticos e partidos que estavam em campos opostos temporariamente decidem por uma convergência em torno de um projeto maior.
Nenhum comentário:
Postar um comentário