Raquel e Anderson ganham sinalização oposicionista para majoritária

Por Edmar Lyra

A visita do governador de São Paulo, João Doria, pré-candidato do PSDB a presidente da República, a Pernambuco no último sábado delimitou claramente o interesse de atores da oposição no sentido de ter a prefeita Raquel Lyra candidata a governadora e o prefeito Anderson Ferreira como a opção para o Senado Federal.

Os discursos foram muito claros de que a pré-candidatura de Raquel Lyra conta com o apoio irrestrito de alguns nomes, a exemplo do ex-senador Armando Monteiro e o ex-ministro Bruno Araújo, ambos do PSDB, e de pelo menos dois integrantes oposicionistas, a deputada estadual Priscila Krause, do Democratas, e o deputado federal Daniel Coelho, do Cidadania.

A própria Priscila Krause não fez nenhuma menção à chegada de Miguel Coelho ao Democratas. Nas coxias, ainda existe uma certa mágoa da deputada Priscila Krause com o senador Fernando Bezerra Coelho, pai de Miguel, que atuou para que o deputado Marco Aurélio fosse escolhido líder da oposição em 2019 em vez da indicação de Priscila para o posto, tida como opção natural. As divergências entre os Krause e os Coelho não são de hoje. Na ida de Fernando Bezerra para o MDB, Gustavo Krause, pai de Priscila, fez questão de participar e discursar num ato de desagravo em apoio a Jarbas Vasconcelos, mesmo sabendo que a conquista do MDB fortaleceria a oposição naquela ocasião.

Então está em curso um movimento no sentido de garantir ares de fato consumado em torno de Raquel Lyra na oposição, e por isso há uma costura para que Anderson Ferreira possa fechar questão em torno de Raquel, aceitando portanto disputar o Senado na chapa encabeçada pela prefeita de Caruaru. Anderson por sua vez permanece no páreo para governador, porém é tido por integrantes da oposição como um excelente nome para o Senado, e topando a empreitada, fechava a equação em torno de Raquel Lyra, cabendo ao Democratas a justificativa de ter que apoiar o projeto da tucana. Falta só combinar com Miguel Coelho, que legitimamente deixou o MDB para viabilizar sua candidatura com o aval e a costura do presidente nacional da sigla, ACM Neto.