Por Edmar Lyra
O governador Paulo Câmara foi escolhido em fevereiro de 2014 por Eduardo Campos para a sua sucessão sem ter buscado a indicação. Então secretário da Fazenda após passagens pelas pastas de Administração e Turismo, Paulo Câmara não almejava ser governador de Pernambuco, mas acabou sendo o escolhido, venceu a eleição e acabou reeleito em 2018 novamente em primeiro turno.
Ao longo dos sete anos de governo, Paulo enfrentou uma série de desafios, o primeiro deles foi ter que ser governador sem a presença de Eduardo, falecido em agosto de de 2014, passando pelo impeachment de Dilma Rousseff, o surto de microcefalia, o vazamento de óleo no litoral, e o desafio mais complexo que tem sido a pandemia do novo coronavírus.
Apesar dos desafios, o governador chega na véspera do último ano de governo com uma série de agendas positivas, com o equilíbrio das contas públicas, o aumento do investimento do estado e com isso uma série de obras que estão sendo destravadas pelo governo de Pernambuco. Esse ambiente coloca o governador na condição de importante ator político na eleição de 2022, com duas opções, a primeira será permanecer no cargo até dezembro e conduzir a sua sucessão, já a segunda será renunciar em abril para disputar o Senado Federal.
Apesar de a lógica política indicar uma pluralidade de partidos na chapa majoritária, uma vez que caberá ao PSB a indicação do candidato a governador na Frente Popular, é pertinente salientar que o nome de Paulo Câmara para o Senado respeitaria uma lógica que tem se repetido em diversos estados, onde governadores que completam o ciclo de oito anos renunciarem para disputar o Senado.
Caso decida ser candidato a senador, Paulo Câmara não só consolidará o favoritismo do PSB na disputa pelo Palácio do Campo das Princesas, como deverá afugentar candidatos ao Senado pela oposição, devido ao favoritismo natural do ocupante do governo numa disputa para a Câmara Alta, e por ser um nome incontestável seria respeitado e apoiado por todos os atores da Frente Popular que almejam a vaga.
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