sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Federação mexe no cenário eleitoral de 2022

 

Por Edmar Lyra

Após rejeitar o distritão e perceber a dificuldade de passar pelo Senado a volta das coligações, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto que permite a adoção da federação partidária por 304 votos a 119. Como a medida já havia sido aprovada pelo Senado, o texto segue para sanção do presidente Jair Bolsonaro.

O efeito prático da federação será unificar partidos por um período de quatro anos e que será reproduzida nos estados. Já existem discussões em andamento de algumas federações como PSDB e Cidadania, PSB e PCdoB, PDT e Rede Sustentabilidade, todas sem maiores prejuízos para atores nos estados devido a afinidade ideológica das siglas. Há outras federações em curso, como PSL e Democratas, por exemplo.

Esta última teria um efeito complexo em Pernambuco, uma vez que o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, está alinhado com o PSB, enquanto o presidente estadual do DEM, Mendonça Filho, é um dos expoentes da oposição em Pernambuco. O alinhamento nacional obrigaria as siglas a reproduzir a aliança no estado, o que colocaria Bivar na obrigação de ir para a oposição ou Mendonça Filho rumar para a base de sustentação da Frente Popular.

Outros partidos, que por exemplo apoiarem o presidente Jair Bolsonaro no âmbito federal em caso de uma federação, teriam dificuldades para manter aliança com o PSB em Pernambuco, uma vez que a verticalização da aliança proibiria o apoio destas siglas a um partido que estiver na coligação bolsonarista. Será preciso muito diálogo para manter a existência de alguns partidos sem prejudicar as construções nacionais e locais.

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