Sou do tempo de Solon
Que na rádio comandava
O programa variedades
O auditório lotava
E gente de nossa terra
Que lá se apresentava
La na Rádio Difusora
Só tinha gente de primeira
Galego lá no portão
E o povo fazia fileira
Para que a sua carta
Chegasse a Jota Ferreira
Assisti jogo na AGA
Vendo Adeildo jogando
Ri muito com Augusto Penha
Quando estava bandeirando
Eu vi também João Capão
Muitos gols frango levando
Vi Turino marcar gol
Vi Midinho só driblando
Vi Severo, vi Bertinho
Eu vi Zezé Agarrando
E não sai da minha lembrança
Antonio Edson Comentando
Sou do tempo do IAC
Que Elis’Som lá tocava
E dos carnavais da AGA
Que a sociedade amava
E da banda Pierre Campos
Que Muito show ela dava
Comprei nas lojas Paulistas
Vim de bonde pra cidade
Fui a jogo do Esporte
Quando eu tinha pouca idade
Na farmácia de seu severino
Me consultei à vontade
Vi filme lá no Veneza
Não entrei no cine glória
No largo do colunata
Ouvi contar muita história
Vi comício de Amilcar
Fui sua festa da vitória
Eu era muito pequeno
Quando Aluizio Pinto Morreu
Lembro de Souto Dourado
Quando a eleição venceu
No ano de sessenta e nove
Quando isso aconteceu
Eu vi muitas lavadeiras
Juntas na Vila Maria
Que lavavam suas roupas
E lá mesmo as estendia
E só saindo à tardinha
Quando o sol já se encobria
Na Boate Pedregal
Neste lugar nunca entrei
E nem na Pilão de ouro
Eu também não frequentei
Mas a sopa do sayonara
Com certeza eu já provei
Comprei disco na Som Pop
E discoteca Chacrinha
Comprava em Zé Araújo
A roupa bem baratinha
E as coisas pra costureira
Eu comprava na lojinha
Eu vi Gonzagão cair
Dum palanque aqui quebrado
Bem no centro da cidade
Mas ele bem preparado
Levantou-se seguiu tocando
E sendo ovacionado
Eu ouvi cidade em foco
Com Humberto de Morais
Vi o Trem na rua da Linha
Passando em nossos quintais
Eu vi Matéria e Rosinha
Dançando nos carnavais
Conheci Doutor Jeitoso
Um filósofo sem estudo
Também conheci João Lau
Que era bem cabeludo
Conheci bode cheiroso
Com o sorriso miúdo
Nas Casas pernambucanas
Calça TOP eu lá comprei
E uma crush bem geladinha
Na chique lanche eu tomei
Seresta na Rodoviária
Eu fui lá mas não dancei
Eu vi corrida no prado
Conheci o Sibéria Hotel
Conheci o hotel Petrópolis
Vi construir o quartel
E fui lá no cabo Chico
Pra comer sarapatel
Conheci a Hora Norte
A IRGA e Moveis Real
A Fábrica vinho Indiano
Já fiz feira na Cobal
Já tomei leite da Cilpe
Já estudei no Mobral
Os filmes de kung Fu
No cine jardim eu via
Jeronimo o herói do sertão
Na casa alheia assistia
E Água do Pau Amarelo
Pra minha casa trazia
Assisti escola de samba
A Unidos do Magano
Comi bolo entala gato
Acho que não me engano
Na venda de Valdeci
Pai de Mano Caetano
Conheci Monsenhor Callou
O Cura da Catedral
Também o Padre Tarcísio
Com seu jeito paternal
Com sua batina preta
A sua veste usual
Já viajei na Progresso
Com Baiano dirigindo
Com ele não tinha pressa
Se tivesse alguém subindo
Do sítio com uma galinha
Já recebia sorrindo
Tirei foto no lambe lambe
Pois saía tudo igual
Com o Quati retratista
Que secava em um varal
Pois hoje ainda a tenho
Na minha profissional
Eu acompanhei de pertinho
O Colunata caído
Os seus produtos em chamas
Sendo tudo consumido
Os forros de muitas lojas
Quase tudo destruído
Nos desfiles de setembro
Não via aluno dançando
A banda do Diocesano
Quando chegava tocando
Junto com o Santa Rosa
Dava prazer tá olhando
Conheci Uzai Canuto
Que foi o meu professor
E também Manoel Vieira
este também mim ensinou
sou grato a Zilda Melo
Que muito mim ajudou
Quem conheceu alguma coisa
Dessa minha juventude
Tem história pra contar
Sem pedir que alguém ajude
Já ta velho, não se iluda
Cuide mais de sua saúde.
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