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Givaldo Calado de Freitas
Outro dia li uma expressão
do ator, Morgan Freeman, que me deixou absorto e enigmático. Fui ao espelho.
Lá, tomei um susto ao tentar sorrir como de costume. De repente disse a mim
mesmo que meu sorriso estava a parecer o sorriso de Gioconda, obra genial de
Leonardo da Vinci. Enigmático, indecifrável... Pensei: não, isso não sou eu. O
que me levou a ficar assim? Como disse: absorto e enigmático. Todavia, na
medida em que absorvia a lapidar expressão de Morgan Freeman, acometia-me da
certeza, que sempre tivera, no sentido de que, enquanto o homem não entender
que somos todos iguais; enquanto esse
entender não chegar ao seu coração, a ponto de se fixar, e de se converter em
consciência, difícil... Muito difícil continuará sendo a convivência fraterna
entre os homens.
Mas o que expressara o
grande ator, a ponto de me deixar absorto e enigmático? Disse ele: “O dia em que pararmos de nos
preocupar com Consciência Negra, Amarela ou Branca e nos preocuparmos com
Consciência Humana, o racismo desaparece.”.
Ainda não havia lido nada
igual sobre o assunto. Que atordoa o homem. Porque tira sua paz de espírito.
Porque confunde seus sentimentos. Porque rouba seu bem estar. Porque, enfim,
desumaniza e perturba sua convivência com seus semelhantes.
Pensei: Morgan Freeman,
antes de ser um grande ator, para mim ele passa a ser um grande pensador.
Porque não defende supremacia de raças. Porque se limita só, e tão só, a pregar
a “Consciência Humana” na busca incansável do sumiço, da extinção... desse mal
perverso que muitos carregam em seus corações, causa e efeito de tantas
barbaridades hediondas.
Não! Não cabe mais hediondez
entre os homens. Sobretudo na sociedade em que vivemos. De grandes conquistas.
De grandes realizações. De concretização de sonhos, ontem, inimagináveis. De
grandes... E o homem autor e ator de todas essas maravilhas. De todos esses
“milagres”. De todos... Ele, branco,
amarelo ou negro, ainda pensa em dia de consciência de raças.
Não! Não é por aí que
devemos continuar caminhando. Muito menos, dizendo como Gilberto Gil, há exatos
dez anos, lá, na Serra da Barriga no estado de Alagoas, na entrega do Memorial
Quilombo dos Palmares: “...negros que irmanam minha origem, meu caráter, minha
história, minha liberdade, minha capacidade de resistir e existir no mundo.”
Porque todas essas qualidades que são intrínsecas ao homem. Nele, devem estar
presentes. Seja esse homem, branco, amarelo ou negro. Todos com seus
caracteres, histórias e desejos de existirem nesse mundo. Posto que, este,
ainda perdido na procura, na busca... do caminho que o leve à assunção da
desejada “Consciência Humana.”
Penso que é por aí. Ou seja:
que o homem tem que perseguir, de forma obstinada, a conquista da “Consciência
Humana”, e esse homem não importa que seja branco, amarelo ou negro. Importa
que seja homem. E só. E de qualquer dos continentes. Até porque essa
consciência terá que envolver a todos. Terá que ser universal. Portanto, de
todo planeta.
Fácil? Claro que não. Mas
temos que trabalhar, no entanto, nessa direção. Na certeza de que a consciência
unilateral de raças não resolve o problema. Pelo contrário, a mim me parece que
adensa o preconceito entre raças, gargalo maior nesse caminhar à conquista da
“Consciência Humana”.
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Figura pública. Advogado de empresas.
Empresário.
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