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Givaldo Calado de Freitas
Escrevi, outro dia,
melancolicamente... Em pleno Festival de Inverno de 2013. Era 24 de julho
daquele ano:
“Dominguinhos morreu. Estou
triste! Muito triste! E, comigo, todo o povo brasileiro. Particularmente, todo
o povo nordestino. E, ainda mais, particularmente, todo o povo da cidade de
Garanhuns. Cidade que o viu nascer.”.
Cheguei à Esplanada, muito
animado. Com Emília e um grupo de amigos e amigas para assistirmos ao show de
Andrea Amorim. Ela, como Dominguinhos, nasceram em Garanhuns, e ela, hoje, faz
sucesso lá fora, inclusive no exterior, agora abraçando a Bossa Nova.
De repente, a notícia:
morreu Dominguinhos. Eu, todos e todas, fomos acometidos de uma profunda
tristeza e de um sentimento de perda irreparável. Que, no fundo, viria a
prejudicar o nosso entusiasmo diante do show que se anunciava da nossa cantora
revelação.
Garanhuns deve muito a
Dominguinhos. O nosso cantor-poeta sempre levava consigo, para o Brasil
inteiro, as belezas e os encantos de nossa cidade. E ele o fazia com toda a sua
genialidade, mas com aquela simplicidade que encantava a todos e a todas.
Daqui, e de todo esse imenso Brasil.
Os versos de suas canções
encarnavam alguma coisa que transcendia e transpassava os nossos sentimentos.
Senão, vejamos esses: “Estou de volta pro
meu aconchego / Trazendo na mala bastante saudade / Querendo um sorriso
sincero, um abraço / Para aliviar o meu cansaço / E toda essa minha vontade. /
Que bom poder estar contigo de novo / Roçando o teu corpo e beijando você / Pra
mim, tu és a estrela mais linda / Teus olhos me prendem, fascinam / A paz que
eu gosto de ter. / É duro ficar sem você vez em quando / Parece que falta um
pedaço de mim / Me alegro na hora de regressar / Parece que vou mergulhar / Na
felicidade sem fim”.
Agora, não vai faltar mais
esse pedaço, Mestre Dominguinhos. E sua alegria, esteja onde você estiver, será
plena porque você regressa para onde saiu. E vai mergulhar, eternamente, na
felicidade sem fim.
A Esplanada Cultural
Guadalajara vai ter que mudar de nome. Se é que já não a chamávamos de
Esplanada Cultural Mestre Dominguinhos, tamanha a sua presença em seus
festejos. Que você tanto apreciava, certamente, recordando seus tempos de
menino, cantando e tocando pelas ruas de nossa cidade.
Mas sinto que não basta que
troquemos o nome da Esplanada .
Queremos, nós da terra de
Dominguinhos, que lhe seja cumprido o seu maior desejo. O de ter o seu descanso
eterno na sua querida cidade de Garanhuns, “onde o nordeste garoa” porque foi,
aqui, onde tudo começou. Porque foi, aqui, que o Rei do Baião o descobriu para
você reinar, em sua sucessão, como o grande Mestre Dominguinhos.
Garanhuns, por sua gente,
pede à família de Dominguinhos a guarda de seus restos mortais, até para que
seus filhos e netos não venham a dizer como Gabriel Garcia Márquez: “A gente
não é de um lugar enquanto não tem um morto enterrado nele”.
Dominguinhos vem aí. E,
daqui, de sua terra. De sua Garanhuns. Ele estará sempre, quem sabe? A
cantar... “No meu Garanhuns / O forró é
bom demais / Todo mundo se sacode / Cada vez querendo mais / Neve caindo / Ai,
meu Deus, que coisa boa! / Suíça Brasileira / É a terra da Garoa / Quando chega
o São João / É grande a emoção do povão / No Parque Ecológico Pau Pombo / Tem
um relógio solar como atração / Foi lá que comecei com meus irmãos / Tocando na
feira pra ganhar o pão / Tudo isso é motivo de recordações / Garanhuns,
Garanhuns”.
Garanhuns recebeu
Dominguinhos. Ele está de volta para sua terra em atenção e em homenagem ao seu
desejo. E criou o “Viva Dominguinhos” para que ele, em tempo algum, deixe de
ser lembrado e festejado. Como o será a partir de hoje, nessa IV Edição do
“Viva Dominguinhos”. Para que ele, em templo algum, saia da memória de todos
nós, garanhuenses.
Sem o menor fiapo de dúvida,
o prefeito Izaías atendeu a não só um desejo de Dominguinhos. Mas a um desejo
de toda a gente garanhuense.
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Figura pública. Advogado de empresas.
Empresário.
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