O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), classificou a afirmação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PLS-SP) é “inconsequente e golpista”. A uma semana do segundo turno, veio a público um vídeo gravado em julho no qual ele afirma que para fechar a Corte, basta “um soldado e um cabo”.
A declaração foi dada pelo deputado ao responder a uma pergunta sobre a possibilidade hipotética de o Supremo impedir que o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) assuma a presidência da República. “Aí já está caminhando para um estado de exceção. O STF vai ter que pagar para ver e aí vai ser ele contra nós. Se o STF quiser arguir qualquer coisa, sei lá, recebeu uma doação ilegal de R$ 100 do José da Silva, pô, impugna a candidatura dele. Não acho improvável, não, mas aí vai ter que pagar para ver. Será que vão ter essa força mesmo?”, questionou o filho do candidato.
“Cara se quiser fechar o STF, sabe o que você faz?”, continuou Eduardo. “Você não manda nem um jipe. Manda um soldado e um cabo. Não é querer desmerecer o saldado e o cabo, não”, afirmou. O deputado federal prosseguiu na resposta, desmerecendo a Suprema Corte. “O que é o STF? Tira o poder da caneta de um ministro do STF. Se prender um ministro do STF, você acha que vai ter uma manifestação popular a favor do ministro do STF?”.
Em declaração enviada ao jornal Folha de S. Paulo, Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal, afirmou que a declaração de Eduardo Bolsonaro “mostra bem o tipo de parlamentar cuja atuação no Congresso Nacional, mantida essa inaceitável visão autoritária, só comprometerá a integridade da ordem democrática e o respeito indeclinável que se deve ter pela supremacia da Constituição da República”. “Votações expressivas do eleitorado não legitimam investidas contra a ordem político-jurídica fundada no texto da Constituição”, prosseguiu o ministro.
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