Por: Ulysses Gadêlha
Uma quantidade expressiva de brasileiros que
se absteve,
votou branco ou nulo optou por não escolher entre os
candidatos Jair
Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT)
no último domingo. O número não destoa do observado na série histórica das
eleições realizadas desde a reabertura democrática, mas eles dão um sinal de alerta para
os líderes políticos.
Na visão de especialistas, o dia após a eleição é quando começa a contar o “ano zero” para a próxima disputa, em 2022. Compreender o perfil desses 42,1 milhões de eleitores que não se sentiram representados é a prioridade tanto da oposição, dividida especialmente entre PT e PDT, mas também para o presidente eleito, que poderá perder bases se não agradar a parcela do eleitorado que não escolheu o PSL.
Há uma série histórica de brancos, nulos e abstenções, que normalmente representa um terço do eleitorado brasileiro. Brancos e nulos tiveram um ápice nas eleições de 1994 e 1998, nas quais o tucano Fernando Henrique Cardoso saiu vencedor no primeiro turno. FHC foi o único, desde a redemocratização, a levar a vitória logo na primeira etapa da disputa, mas também angariou essas rejeições devido a fatores negativos que marcaram aquela época, como a hiperinflação, por exemplo.
Na visão de especialistas, o dia após a eleição é quando começa a contar o “ano zero” para a próxima disputa, em 2022. Compreender o perfil desses 42,1 milhões de eleitores que não se sentiram representados é a prioridade tanto da oposição, dividida especialmente entre PT e PDT, mas também para o presidente eleito, que poderá perder bases se não agradar a parcela do eleitorado que não escolheu o PSL.
Há uma série histórica de brancos, nulos e abstenções, que normalmente representa um terço do eleitorado brasileiro. Brancos e nulos tiveram um ápice nas eleições de 1994 e 1998, nas quais o tucano Fernando Henrique Cardoso saiu vencedor no primeiro turno. FHC foi o único, desde a redemocratização, a levar a vitória logo na primeira etapa da disputa, mas também angariou essas rejeições devido a fatores negativos que marcaram aquela época, como a hiperinflação, por exemplo.
Agora que as urnas fecharam, o desempenho de Bolsonaro no
segundo turno (55,13%) só supera uma impopular Dilma Rousseff após
o primeiro mandato (51,64%), em 2014, e um desconhecido Fernando Collor (53,03%),
em 1989. O ex-presidente Lula (PT), tanto em 2002 (61,27%), quanto em 2006
(60,83), teve performances que lhe deram certa folga diante do eleitorado.
Dilma, em 2014, venceu por uma margem apertada e as intempéries que o seu
governo sofreu no Congresso, em parte, se explicam pela curta diferença dela
para o oponente Aécio Neves (PSDB).
Para o cientista político Elton Gomes, a oscilação para cima no percentual de
votos nulos se deve à atipicidade que marcou o atual pleito. "Essa
eleição, cheia de elementos atípicos, com candidato preso impugnado, candidato
esfaqueado, candidato fazendo campanha em redes sociais, candidato com um feudo
de tempo de TV e sem crescer, candidato que gastou R$ 800 ultrapassando quem
gastou R$ 40 milhões", relata. "Você tem a lógica do voto útil, a
lógica da intolerância, do ódio, do eleitor que votou com o fígado, muito mais
contra do que a favor e uma parte considerável não se sentiu alentada pelas
opções em tela", ponderou.
Embora o sistema eleitoral brasileiro seja baseado na computação dos votos
válidos, a lógica sugere um componente de contestação no sentido de que uma
parte, a parte vencida, é expressiva. "A parte vencedora é expressiva, mas
não é tão majoritária e, por isso, Bolsonaro almejou
60% dos votos, o que lhe daria mais folga para além de um núcleo cativo",
explica Elton. "Assim como nos EUA existem os 'swing voters',
pessoas que mudam de opinião entre os partidos democrata e republicano, da
mesma forma, no Brasil, há um percentual cambiante e é neles que o governo
mira, em termos de conquista", verifica.
O professor de Ciência Política da Unicap, José Mário Wanderley Gomes, ressalta
que, tanto oposição, quanto governo precisarão estudar o que afasta esses
milhões de eleitores das urnas. "Esse dado representa milhões de eleitores
que ou estão em trânsito ou não se deram ao trabalho de sair de casa, um
sintoma de pessoas
que estão desenganadas com a política. É um universo de pessoas
pra investir, seria o alvo de quem procura construir uma campanha pra
2022", aponta.
Segundo
dados do TSE, o maior índice de abstenção ocorreu no Acre, onde 27,1% dos
eleitores não compareceram às urnas. O município acreano de Porto Walter
registrou o mais alto índice de abstenções, com 47,2% faltantes. Mato Grosso
(26,2%), Rondônia (24,9%) e Tocantins (24,8) vêm em seguida, na lista de
estados com menor comparecimento. José Mário alerta que esse índice não está
imune aos temas que influenciaram a campanha, como o crescimento da direita e a
consolidação do PSL como o novo "player" no cenário político.
"Hoje
é o ano zero da campanha de todo mundo. O primeiro momento é tentar pegar os
números da eleição e tentar interpretar, tentar entender o que eles dizem,
tentar entender esse eleitorado", afirma o analista.
Quem cala consente. Então quem não votou tem mais é que fechar o bico. E em boca fechada não entra mosquito. Perdedor tem mais é que aceitar a derrota. Se eles deixaram a oportunidade passar a culpa é deles e não dos outros. Aceitem que doi menos...kkkkkkkkkkkkkk
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