Carlos Brickmann
Para boa parte do PSL, partido do presidente eleito Jair Bolsonaro, os candidatos à sua liderança na Câmara e no Senado já têm nome - e sobrenome. Para o Senado, Flávio Bolsonaro; para a Câmara, Eduardo Bolsonaro. E, se mais cargos houvera, mais Bolsonaros indicara. Mas há outra ala no partido, talvez menos numerosa, mas mais aguerrida e cheia de ambição: a de Joice Hasselmann, que teve mais de um milhão de votos para a Câmara sem ter o sobrenome Bolsonaro. O que não quer, para ela, dizer muita coisa: segundo afirma, ela é a cara política de Jair Bolsonaro, sua gêmea ideológica, sua família de alma, mesmo sem ser da família.
Joice foi direto ao alvo: disse que Eduardo Bolsonaro falha como líder do partido e que sua articulação política está abaixo da linha da miséria. E Eduardo Bolsonaro se comportou como alvo: disse que não pode nem deve ficar falando o que faz por ordem do presidente. Mas já falou que age por ordem do presidente. Tirou de Bolsonaro a melhor arma: a de poder dizer que o filho agiu por conta própria, não em nome dele. Agora já se sabe: de acordo com Eduardo, para o bem ou para o mal, ele age em nome do pai. E Joice Hasselmann, excelente polemista, saberá usar essa informação.
Em política, quem fala não sabe, quem sabe não fala. E não pega bem o pai escolher os filhos para tudo quanto é cargo de comando. Parece Sarney.
Enfim, a guerra foi declarada. O PT pode respirar: o PSL briga sozinho.
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