terça-feira, 3 de junho de 2025

DESCASO COM A SAÚDE: Mortes em UTI de hospital particular de Garanhuns demostram descaso com assistência à saúde

Do Portal do Coren-Pe


Uma fiscalização realizada pelo Coren-PE, no Hospital Monte Sinais, unidade exclusivamente privada, localizada na cidade de Garanhuns, no agreste do Estado, identificou um cenário alarmante. A ação ocorreu em dois períodos, na noite da segunda-feira (2), e durante a manhã desta terça-feira (3). No período noturno, os fiscais constataram inexistência de enfermeiro, além do déficit de técnicos de Enfermagem na Emergência e na UTI do hospital.

Outro ponto que chamou a atenção da equipe foi a atuação de um técnico de Enfermagem realizando a classificação de risco na Emergência, em virtude da falta de um enfermeiro. De acordo com Lei 7.498/86, que rege a atuação da Enfermagem no país, essa atividade é privativa aos enfermeiros. “Identificamos que os profissionais da UTI e da Emergência estão sobrecarregados e não tem direito a descanso, conforme prevê a legislação trabalhista, o que pode causar grandes riscos à saúde dos pacientes pelo cansaço físico, cognitivo e mental”, explica Drª Ivana Andrade, chefe do Departamento de Fiscalização do Coren-PE.

O descaso da direção da unidade com a assistência de saúde pode ser evidenciado pelos números. Durante o mês de maio, dos 21 pacientes que deram entrada na UTI do hospital, oito vieram a óbito. “Esse número nos chama atenção, principalmente, porque a unidade possui apenas cinco leitos. Nossa preocupação se estende, pois trata-se do único hospital exclusivamente privado na região, que abrange 21 municípios. Garanhuns recebe diversas atividades festivas, como o Festival de Inverno, que atrai muitos turistas. Ou seja, é um cenário que merece não só atenção, mas solução”, ressalta Drª Ivana.

Nesta terça-feira, a equipe do Coren-PE ainda se reuniu com o Promotor de Justiça de Defesa da Cidadania de Garanhuns, Bruno Miquelão Gottardi. Durante o encontro o representante do Ministério Público garantiu a realização de uma audiência para tentar sanar o problema. Porém, o Coren-PE não descarta a possibilidade de uma interdição ética ou ingressar com uma ação civil pública contra a direção da unidade de saúde.

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