Paulo Câmara (à esquerda) discursou em nome de 11 estados brasileiros, os nove estados da região Nordeste e o Espírito Santo. Foto: Reprodução/Instagram |
O governador do Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), afirmou durante evento em Nova York na manhã desta terça que os estados brasileiros vão cumprir seu papel no Acordo de Paris.
Em um evento paralelo, o discurso aconteceu ao
mesmo tempo em que o presidente Bolsonaro abria a Assembleia Geral da ONU com
ataques a indígenas, à França (que lançou no dia anterior uma aliança pela
Amazônia) e com a negação das queimadas no bioma.
"Diante dos riscos de retrocesso por parte de
nosso governo nacional, os estados brasileiros decidem assumir resolutamente
seu papel", disse Câmara.
O governador de Pernambuco, Paulo Camara (PSB),
participou de eventos paralelos durante os discursos de chefes de Estado na
Assembleia Geral da ONU. Ele discursou em nome de 11 estados brasileiros (os
nove estados da região Nordeste e o Espírito Santo), que enviaram uma carta aos
americanos confirmando estarem representados por Câmara.
A fala de Câmara também se respalda pelo movimento
Governadores pelo Clima, que desde abril vem mobilizando estados brasileiros
para garantir a implementação de políticas climáticas que respondam aos
compromissos assumidos pelo Brasil no Acordo de Paris, como o combate ao desmatamento
ilegal e a promoção de energias renováveis.
"O governador de Pernambuco faz um contraponto
a Bolsonaro. Estende a mão para o planeta, em contraste com quem cuspiu",
diz Alfredo Sirkis, diretor do Centro Brasil no Clima, organização que apoia o
movimento de governadores junto à Abema (Associação Brasileira de Entidades
Estaduais de Meio Ambiente).
O evento foi convocado pela Aliança para Ação
Climática e reuniu representantes de organizações internacionais e de governos
para discutir o desafio de tornar o mundo 'carbono neutro', até 2050.
O prazo para neutralização das emissões de gases
que geram o aquecimento global é dado por relatórios científico do IPCC (Painel
Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU) como limite para evitar as consequências
mais desastrosas das mudanças climáticas.
A neutralidade em carbono não significa
necessariamente a redução completa das emissões, podendo acontecer também por
meio da compensação das emissões por meio de medidas de estocagem de carbono, através
principalmente do plantio de árvores.
Câmara anunciou que está transformando a ilha de
Fernando de Noronha em um território 'carbono neutro' e que em breve todos os
resíduos da ilha serão reciclados.
Também afirmou que Pernambuco e os estados do
Nordeste vão não só cumprir seu papel para nas metas brasileiras no Acordo de
Paris, como também vão se tornar neutros em carbono no longo prazo.
"Para tanto trabalhemos para estabelecer as
alianças necessárias com outros estados brasileiros, prefeituras, iniciativa
privada, terceiro setor e academia. Faremos isso atraindo investimentos para
uma nova economia, sustentável, geradora de empregos, renda e qualidade de vida
para nosso povo", disse o governador.
O movimento
Governadores pelo Clima é análogo à resposta dada governadores americanos em
2017, quando o presidente Trump anunciou que os Estados Unidos deixaria o
Acordo de Paris. O movimento We are still in (Nós ainda estamos dentro) reúne
governadores, prefeitos, universidades e empresas americanas e também
estava representado no evento nesta terça
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