quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Deixa-pra-lá geral

Flávio e Queiroz /Tânia Rêgo/Agência Brasil/SBT   Tofolli/Foto/Fábio Pozzebom/Agência Brasil  Lula e Palocci- Arquivo Agência Brasil
Por Carlos Brikmann






Toma lá...
Ninguém está interessado no Queiroz, aquele que era assessor do então deputado estadual Flávio Bolsonaro. Suspeita-se que tenha feito rachadinha – pegar uma parte do salário de cada assessor para colocá-la à disposição do dono da cadeira, no caso o filho 01.
Mas pegá-lo por rachadinha é complexo: o feio hábito, que pode ser confundido com peculato (o salário é pago com dinheiro público), é amplamente praticado em diversas casas legislativas e envolve gente que pode ser vítima da Lei se houver investigações. O problema não é Queiroz, nem o parlamentar que ocupava a cadeira: é o pai do parlamentar, o presidente Bolsonaro, que gostaria de ver o filho livre de suspeitas. Só assim o 000 estará livre de pressões de mandatários vorazes.
 ...dá cá
O presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, travou por liminar todos os processos que receberam informações do Coaf sem ordem judicial. E, ao que se comenta, Toffoli já tem votos suficientes para manter sua liminar.
Alguém acredita que, até por gratidão ao ministro Toffoli, que travou os processos, e aos outros ministros que o apoiarem, o Executivo irá pressionar os parlamentares a apoiar uma Operação Lava Toga? As coisas assim estão bem: Flávio (e o pai) livres dos inquéritos, esquecimento das prisões após a condenação em segunda instância, Lula livre, talvez até com ficha limpa. E aí brigarão sobre partidos, governos estrangeiros, posição ideológica do nazismo e outros temas que não vão mudar em nada o nosso dia a dia.
 Coaf? Como é mesmo?
Um inesperado reforço ao deixa-pra-lá geral foi trazido pelo ex-ministro Antônio Palocci. Disse ele que acertou com um grande banco a retirada de quantias de até 100 mil reais (que, segundo ele, eram entregues em mãos ao então presidente Lula), sem qualquer comunicado ao Coaf – que, sabe-se lá por que, também não se queixava da falta de informações. Se a blindagem para evitar que o dinheiro fosse lavado apresentava essas brechas, tirar o Coaf do caminho fica mais fácil. O Coaf hoje está no Banco Central, mudou de nome e agora trabalha em silêncio. Nem se ouve falar de suas atividades.
DO BLOG DO MAGNO MARTINS

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