Por Humberto Pinho
da Silva
“
Quando dizemos: João é bom, queremos dizer que ontem ele nos afirmou a sua
admiração pelas nossas qualidades; quando dizemos: João é estúpido, queremos
realmente significar que ele ontem não nos tirou o chapéu com amabilidade
suficiente. Exatamente da mesma maneira que, dizemos: este poema é mau,
queremos muitas vezes afirmar: que o autor pensa, em matérias politica, de
maneira diferente da nossa.”
Se
o prosador ou articulista, tem opinião igual à nossa, e tem credo político
semelhante, declaramos: é genial: escreve bem, pensa bem, e é claríssimo, como
água.
Tecemos-lhe,
então, louvores, nos meios de comunicação social
Enquanto
se avaliar desse modo, venham as revoluções que vierem, venham mudanças e
andanças sociais, que tudo ficará como dantes.
Os
nossos pareceres, as nossas opiniões, sobre as crónicas, enferma sempre do
prisma político, como se analisa o texto; mormente o “clube”, em que se
inscreve o cronista ou escritor.
Este
por sua vez, sente a obrigação de entrar numa “capelinha”, de pertencer a causa,
para ser lido, apreciado, e ter fácil acesso à mass-media.
Eis
a razão por que há tantos ilustres desconhecidos, independentes, de grande
valor, que escrevem para a gaveta; porque não possuem meios económicos para
editarem a obra, nem conhecem distribuidor camarada, que a coloque a preços
módicos, e muito menos editor, que as publique.
Sem
mecenas, sem apoio dos amigos e críticos do partido, nada ou pouco se consegue.
Há,
por isso, escritores e poetas, que são políticos à força. Defendendo ideologias
que não são as suas, só para alcançarem possível estrelato. O que se passa com
os letrados, passa-se, igualmente, com quase todas as profissões.
Muda-se
tudo, menos o homem. Esse, é que necessitava de eminentíssima e reverendíssima
reforma, como disse o santo Arcebispo de Braga, aos reverendíssimos e
eminentíssimos cardiais.
O
que escrevo é pura verdade… mas não é politicamente correto…
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