sexta-feira, 17 de junho de 2022

O desafio de Marília Arraes para se manter nas cabeças

 

Foto: Yuri Alvetti

Por Edmar Lyra

Pré-candidata ao governo de Pernambuco pelo Solidariedade, a deputada federal Marília Arraes tem como diferencial o fato de ter sido candidata a prefeita do Recife em 2020, que é o maior colégio eleitoral do estado e com o guia eleitoral que reverbera para toda a região metropolitana e ainda tem impacto em cidades da Mata Sul e Mata Norte, influenciadas pela programação da capital.

O segundo fator que a ajuda nos levantamentos do momento é o sobrenome de Miguel Arraes, que nos rincões do estado ainda é muito forte e garante uma simpatia de parte do eleitorado pelo seu projeto. Estes dois fatores indicam boa largada de Marília e perspectiva bastante significativa de figurar entre as duas primeiras colocações no primeiro turno, consequentemente garantindo uma ida ao segundo turno.

Apesar disso, não custa lembrar que Marília Arraes liderou a disputa pela prefeitura do Recife. No primeiro levantamento em 25 de setembro daquele ano divulgado pela Folha de Pernambuco, Marília despontava com 22% das intenções de voto contra 16% de João Campos no Ipespe. Naquela ocasião ainda não havia o recall da disputa majoritária e mesmo assim a parlamentar acabou derrotada no segundo turno por uma diferença de quase 100 mil votos.

Outro fator que deixa dúvidas sobre o favoritismo de Marília é o de que naquela eleição ela contava com a grife do PT, que apesar de tirar votos, também garante uma forte representatividade política e social trazendo dividendos eleitorais, e o eleitor ainda não sabe em sua totalidade que Marília não é mais do PT, o que gera uma incógnita de como será o comportamento do eleitor pernambucano a medida que ficar claro que Marília não conta mais com a grife do PT e o apoio de Lula.

Esses são alguns dos desafios que Marília terá daqui por diante, e precisará aperfeiçoar sua participação em debates para apresentar um projeto efetivamente de desenvolvimento para Pernambuco, sob pena de sofrer novo revés eleitoral caso o eleitor também identifique uma fragilidade do seu projeto como percebeu na disputa do Recife a medida que ela foi confrontada pelos seus adversários.

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