Por Edmar Lyra
Decidida a deixar o Partido dos Trabalhadores para disputar uma eleição majoritária, a deputada federal Marília Arraes deverá confirmar a ida para o Solidariedade, que tem apenas 13 deputados federais, portanto uma legenda considerada pequena para um projeto tão grande com vistas ao governo de Pernambuco, o que obrigaria Marília a ter que escolher uma composição de Senado com a tucana Raquel Lyra.
Porém, nos últimos dias a parlamentar tem consolidado uma relação extremamente harmoniosa com o deputado federal e presidente estadual do PSD, André de Paula. Este, por sua vez, tem o projeto de ser candidato a senador, a priori, na Frente Popular, mas viu a chegada do PT para a aliança com o PSB como um obstáculo quase intransponível para levar adiante o seu projeto, o que lhe obrigaria a ter que reavaliar o plano de ser senador ou a manutenção da sólida aliança com o PSB, que já dura dez anos.
A essa altura do campeonato, sem perspectivas de montagem segura da sua chapa proporcional, André de Paula poderá avançar de forma significativa no entendimento com Marília, tornando-se um fiador do projeto dela. Extremamente hábil, competente e articulado, André seria o companheiro de chapa dos sonhos de Marília, que daria a ela a estrutura partidária que lhe faltaria no Solidariedade. Com 35 deputados federais eleitos em 2018, o PSD junto com o Solidariedade daria a Marília Arraes um tamanho em termos de tempo de televisão e fundo eleitoral próximo ao do PT.
A aliança do PSD com o Solidariedade pode significar a chegada de outros partidos, tanto da oposição quanto da situação, o que daria um novo desenho no quadro eleitoral de sucessão de Paulo Câmara, exigindo dos atores envolvidos uma nova avaliação para a continuidade de seus respectivos projetos.
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