Informações da Veja
Em Brasília nesta terça-feira depois de se reunir com o ex-presidente Lula em São Paulo, na véspera, a deputada federal Marília Arraes se reuniu com a bancada do PT na Câmara para confirmar que está que está de saída do partido. Na conversa, ela comunicou o que já havia dito ao cacique petista no dia anterior: está de malas prontas para o Solidariedade para disputar o Governo de Pernambuco.
Na conversa com os colegas, ela fez questão de dar nome e sobrenome para a razão que a levou a deixar o partido: o do senador Humberto Costa, principal liderança do PT no estado. Marília disse ser odiada pelo correligionário, que teria trabalhado para impedir que ela fosse a candidata do partido ao Senado, dentro da aliança com o PSB. Ela frisou, no entanto, que faz oposição ao partido que governa Pernambuco há quase 16 anos, e que uma possível reacomodação demandaria muito trabalho dentro das siglas.
No encontro com Lula, que como mostrou o Radar nesta terça foi desencorajado por aliados a recebê-la, o ex-presidente disse já saber que a decisão de Marília estava tomada. Ela então fez questão de oferecer outro palanque ao ex-presidente, que já declarou apoio ao pré-candidato do PSB, o deputado federal Danilo Cabral. Mas saiu sem nenhuma sinalização de que poderá contar com o petista na campanha.
Na semana passada, Marília encomendou uma pesquisa em Pernambuco que apontou um ganho na sua imagem com saída do PT, para 30% dos entrevistados. Para outros 46%, a mudança não vai mudar a percepção da deputada. E para 16%, vai piorar.
No mesmo levantamento, ela aparece na liderança, com 26% das intenções de voto, na disputa pelo Palácio do Campo das Princesas. Danilo Cabral tem apenas 6%.
Os últimos dias foram intensos dentro do partido, desde que a notícia de que Marília sairia do partido veio à tona. No domingo, em uma tentativa de última hora de mantê-la na legenda, o diretório do PT em Pernambuco indicou o nome de Marília para disputar o Senado. Em resposta, ela divulgou uma nota duríssima criticando o movimento da legenda.
“A posição do PT de Pernambuco, indicando o meu nome para concorrer ao Senado pela Frente Popular revela, no mínimo, descuido com o tratamento de assunto tão sério e uma precipitação sem limites. Não fui consultada e não autorizei que envolvessem o meu nome em qualquer negociação, menos ainda que tornassem público, como se fossem os senhores do meu destino, sobretudo após meses de desgaste político e público feito por meio da imprensa, escondido sob manto do off e notícias de bastidores”, declarou a deputada.
Na nota, ela lembrou ainda que, em 2018, um acordo entre as cúpulas do PT e do PSB impediu sua candidatura ao Governo de Pernambuco, quando ela liderava todas as pesquisas de opinião. E disse que, em 2020, quando disputou e ficou em segundo lugar nas eleições para a Prefeitura do Recife, “a cúpula do PT fez de tudo para inviabilizar politicamente a minha campanha, o que ajudou a dar a vitória ao adversário” — João Campos (PSB), seu primo de segundo grau.
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