Por Lucas Moraes
Dados do Ministério do Trabalho apontam que no acumulado do ano, Estado tem o segundo pior saldo do País, assim como no último mês de março
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Foto: Agência Brasilía |
A geração de vagas formais de emprego - com carteira assinada - despencou em Pernambuco. De acordo com os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Demitidos (Caged), o Estado teve o segundo pior saldo do País no último mês de março. A indústria, assim como a agropecuária, arrastaram para baixo o resultado e fizeram o indicador ser quase três vezes pior ao registrado no mesmo mês do ano passado. Com saldo de -6.091 entre admissões e demissões, Pernambuco precisa agora vencer o desafio da verdadeira retomada, o que inclui a maior confiança de empresários e atração de investimentos que possam gerar novos empregos.
De acordo com os dados compilados pelo Ministério do Trabalho, em março de 2022, o Estado registrou 42.765 admissões, ao passo que o número de desligamentos alcançou 48.856, resultando no segundo pior saldo do País para o período: -6.091. O resultado, só não foi pior que o do estado de Alagoas (-10.029 postos). No acumulado do ano, Pernambuco também amarga uma das últimas posições no comparativo com os demais entes federados. Enquanto foram abertas 130.036 vagas, outras 134.834 foram fechadas, chegando ao resultado alarmante de -4.798 postos, numa variação de -4,8% que, mais uma vez, só colocou o Estado à frente de Alagoas.
Se levado em conta o mesmo período de 2021, os números revelam que o saldo de empregos formais em Pernambuco apresentou uma involução de 136%, saindo de -2.579 em março do ano passado para 6.091 no último mês.
"Alguns setores da economia ainda resistem, mas nem todos tiveram o mesmo volume de retomada dos períodos anteriores da pandemia. Ainda que tenhamos crescimento da economia, em alguns setores, a exemplo do agro ou serviços (a nível nacional) o número de empregos ainda é pequeno. O temor de uma nova onda ou dos efeitos econômicos que as passadas geraram (e a instabilidade econômica) ainda está deixando a maioria dos empresário resistente e temerosos na retomada das atividades, o que gera grande desemprego, fechamento de empresas e desacelerações", explica o doutor em Economia, professor de Finanças e Economia da Faculdade Nova Roma Antonio Carvalho.
Segundo ele, Pernambuco ainda não superou um ciclo perverso de períodos de crise, "se existe a possibilidade de vender menos, a indústria vai produzir menos, o comércio vende menos. Menos produção, menos venda e menos empregos. Infelizmente", pontua.
No último mês, os serviços, basilares na composição econômica do Estado, apresentaram saldo positivo (3.268), entretanto a indústria geral puxou para baixo o resultado com saldo de -6.415 postos. A agropecuária, por sua vez, teve saldo de -3.367.
Dentre os municípios, os dois extremos estão no Recife (2.321) e em Rio Formoso (-2.496 postos). Em março de 2021, o Recife apresentava o número negativo de -519 empregos.
BRASIL
Em todo o País, no último mês de março o saldo de empregos formais foi de 136.189 carteiras assinadas. O número também representa uma redução frente o mesmo período de 2021 (153.431 vagas), além de uma desaceleração frente o resultado de fevereiro último (329.404).
O resultado do mês passado decorreu de 1,953 milhão de admissões e 1,817 milhão de demissões. No acumulado dos três primeiros meses de 2022, o saldo do Caged já é positivo em 615.173 vagas.
Dentre os setores, serviços puxou o mês com a criação de 111.513 postos formais, seguido pela construção civil (25.059). Indústria geral criou 15.260 postos. O salário médio caiu de R$ 1.910,79, fevereiro, para R$ 1.872,07 no mês de março.