sexta-feira, 22 de abril de 2022

PT e PSB adiam, mais uma vez, decisão sobre senado da Frente Popular

Por Anna Tenório


A definição do pré-candidato ao senado da Chapa da Frente Popular seguirá em compasso de espera. A reunião entre o governador Paulo Câmara (PSB) e os presidentes do PT e PSB, respectivamente Gleisi Hoffmann e Carlos Siqueira, ocorrida ontem em Brasília, definiu que a indicação do nome para ocupar a vaga será escolhida até o dia 7 de maio. Neste mesmo 7 de maio também está previsto o lançamento da pré-candidatura presidencial de Lula, conforme divulgado pelo Partido dos Trabalhadores também ontem.

O prazo limite para a finalização da chapa coincidindo com o evento nacional sugere um aguardo do PSB pela definição do cenário nacional antes de oficializar a conclusão do palanque estadual. A busca de entendimento entre as legendas sobre a composição do palanque tem resultado em críticas de aliados que anseiam pelo início da pré-campanha e pela montagem das chapas proporcionais.

O palanque da Frente Popular terá a chapa encabeçada pelo deputado federal Danilo Cabral (PSB). Os partidos têm até 5 de agosto para oficializar sobre as candidaturas e coligações.

Fator PSD pesa na escolha

Apesar do Grupo Tático Eleitoral do PT ter definido que o deputado federal Carlos Veras é o nome a ser indicado para a vaga do senado, o deputado federal André de Paula (PSD) segue competitivo na disputa.

A indicação de que o PSD pode seguir neutro na disputa presidencial é um dos fatores que favorece André, pois o PT temia que o partido embarcasse na onda da terceira via. Até o momento esta decisão não foi tomada, mas, se acontecer, coloca a postulação de André em outro patamar.

Aval de Lula conta na escolha

Para ser escolhido ao senado, André de Paula precisa ter seu nome aprovado por Lula e isso favorece a sua imagem.

Segundo um socialista, além do acordo do discurso político da eleição e o uso da imagem de Lula sem questionamentos pela oposição pernambucana, pesa também a favor de André um acordo político-eleitoral.

"André votou pelo impeachment (da ex-presidente Dilma Rousseff), mas o PSB também. Então a discussão tem muitos outros níveis", disse o socialista. Caso André de Paula não seja realmente candidato à Câmara dos Deputados, suas bases eleitorais seriam repartidas entre seus aliados. Um dos partidos que espera usufruir deste recurso é o PSB, que nestas eleições tem dez candidatos a deputado federal e pretende eleger sete deles. Neste cálculo, novas bases ajudariam a alcançar a meta.

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