quinta-feira, 21 de abril de 2022

A narrativa, a estrutura e a experiência

 

Foto: Reprodução

Existe de fato um movimento na oposição defendendo que haja um entendimento entre as pré-candidaturas de Miguel Coelho, Marília Arraes e Raquel Lyra. Mas qual seria o argumento para que dois abram pra um? Todos têm atributos que justificam sua postulação e será fundamental que alguém possa ceder.

Miguel Coelho, o mais jovem entre os postulantes, tem dois atributos muito fortes que justificam sua postulação. Foi gestor de uma cidade que lhe deu 90% de aprovação, com entregas e transformação de uma cidade que consolidou sua pujança social e econômica em Pernambuco e possui a maior estrutura política dentre os postulantes da oposição. Apesar destes dois atributos, o fato de estar no menor colégio eleitoral dificulta sua narrativa na disputa uma vez que os feitos de Petrolina não interferem tanto na maioria do eleitorado pernambucano.

Raquel Lyra por sua vez, tem uma excelente experiência em Caruaru com uma gestão significativamente aprovada e tem uma narrativa que justifica sua postulação. Sua cidade, Caruaru, está inserida numa região que dialoga com todas as regiões do estado, o que permite um maior reconhecimento do que foi realizado nos mais de cinco anos que governou Caruaru. Apesar de ter narrativa e experiência, não possui a mesma estrutura política de Miguel, o que dificulta uma maior capilaridade do seu projeto.

Última a oficializar sua entrada no páreo, Marília Arraes é a única a ter apenas um atributo que justifique sua postulação, que é a narrativa. Além de ser mulher, é neta de Miguel Arraes, tem um sobrenome de forte apelo político no interior do estado, e também por ela própria conquistou adeptos na Metropolitana. Mesmo tendo uma excelente narrativa, Marília nem tem estrutura de campanha nem experiência administrativa que justifique ser governadora de Pernambuco.

Apesar de ser fundamental o entendimento entre esses três atores, Miguel, Marília e Raquel, o grande desafio é alguém dar o primeiro passo de abrir mão de encabeçar a chapa. Todos estão legitimados, mas só existe uma vaga de governador ou governadora, os demais terão que aceitar as outras duas posições. Agora será que o orgulho deixará que um deles abra mão de ser protagonista para ser coadjuvante na eleição?

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