Por Edmar Lyra
As eleições municipais de 2024 em Pernambuco reforçaram o poder da máquina política. Em um cenário onde 88 prefeitos foram reeleitos, a capacidade de mobilização e gestão de recursos dos atuais mandatários demonstrou ser decisiva. Apenas 14 prefeitos que buscaram a reeleição não lograram êxito, um número relativamente pequeno que sublinha a força do incumbente na política local.
Além disso, muitos prefeitos que não concorreram conseguiram eleger seus sucessores, perpetuando a influência de suas administrações. Esse fenômeno não é isolado de Pernambuco; em todo o Brasil, 81% dos prefeitos que tentaram a reeleição conseguiram vencer, marcando o melhor desempenho desde que a reeleição foi instituída.
Essa tendência revela uma lição importante para as próximas eleições estaduais e federais em 2026. A capacidade de um político em exercício de se reeleger ou de eleger um sucessor é um indicativo claro da vantagem estrutural proporcionada pela máquina administrativa. Recursos, visibilidade e redes de apoio constituem pilares fundamentais que, quando bem utilizados, tornam a reeleição uma tarefa menos árdua.
A vitória de tantos prefeitos em 2024 traz reflexões sobre a democracia brasileira. Enquanto a alternância de poder é um princípio democrático, a prevalência dos atuais prefeitos sugere uma confiança significativa do eleitorado na continuidade das administrações. Contudo, também levanta questionamentos sobre o impacto das vantagens institucionais e os desafios enfrentados pela oposição para quebrar essa hegemonia.
As lições tiradas das eleições municipais de 2024 indicam que, para 2026, candidatos desafiantes precisarão desenvolver estratégias robustas para competir com a força da máquina incumbente. A equação para o sucesso eleitoral parece clara: uma boa gestão, visibilidade contínua e uma rede de apoios bem estruturada são essenciais para conquistar a confiança do eleitorado.
As urnas mostraram que a força da máquina é um diferencial para quem tenta a reeleição ou tenta eleger o sucessor e evidencia que o sistema político vigente tem dificultado substancialmente a alternância de poder, uma vez que quem detém o mandato eletivo está cada vez mais fortalecido.
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