O Auto Quilombola: Castainho e Suas Contribuições foi criado pelo professor Carlos Barros, em agosto deste ano
por DANIELA BATISTA
O Dia da Consciência Negra é celebrado em novembro, mas a reflexão deve ser promovida sempre. O professor da Rede Municipal de Ensino, Carlos Barros, vem trabalhando desde agosto deste ano, o projeto Auto Quilombola: Castainho e Suas Contribuições, na Escola Virgília Garcia Bessa, localizada na Comunidade Quilombola Castainho.
O professor descreve o poder que o conhecimento pode dar às pessoas. “A educação pode transformar vidas e mudar histórias”, explica. Ele entrou na Escola Municipal Virgília Garcia Bessa e se deparou com uma turma de 17 estudantes do quinto ano em um quadro social crítico. “A sala não tinha motivação alguma, foi um grande desafio para mim”, ressaltou.
A Virgília Garcia Bessa tem um projeto contínuo denominado Terras Quilombolas: Castainho e sua Contribuição Cultural. Pensando nisso, o professor decidiu aumentar o projeto dentro da sala em que ele dá aulas. Ele começou a identificar os alunos e seus costumes. “Quis saber como eles são, o que fazem e comecei a valorizá-los. Quis mostrar o quanto eles são importantes e inteligentes”.
Ao mesmo tempo em que os alunos da Virgília Garcia Bessa receberam esse projeto, a Escola Municipal Monsenhor Tarcísio Falcão também o vivencia. O professor dá aula lá e em novembro promoveu uma espécie de “intercâmbio cultural”, trazendo os alunos da sede para o Castainho.
Hoje, o professor conta que a turma tem outro quadro. Os alunos conseguem fazer trabalhos, se mostram mais dedicados. “Envolvi a dança e a música, que envolve a cultura, a religião, a parte econômica e social da comunidade. O projeto é interdisciplinar e abrange todas as matérias. Visitamos as igrejas, moradias e casa de farinha da comunidade para que pudéssemos entender todo o contexto”, finaliza.
A gestora da escola, Milena Fernanda, ressalta que a iniciativa do professor Carlos conseguiu abranger todos os âmbitos do Castainho. "Esse projeto é de grande importância. Quando nós trabalhávamos a questão da consciência negra, era mais sobre a africanidade. Nós não tínhamos a preocupação de ver o nosso entorno. Temos tanta coisa que explorar e Carlos nos contribui de uma forma maravilhosa porque ele foi buscando minuciosamente cada detalhe da nossa cultura. Ele viu o Castainho mais do que somente a escola", finaliza.
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